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Gladis Costa    |   29/08/2016   |   Marketing e Comportamento   |  

Comunicação: Homens e mulheres numa reunião de negócios

Homens e mulheres se comunicam de forma muito diferente no ambiente de trabalho. As pesquisas explicam.

Homens e mulheres são mesmo de planetas diferentes. Pensam e funcionam de forma diferente, tem opiniões muito diversas sobre o mesmo assunto - diferenças que podem ser vistas claramente durante uma reunião de negócios, por exemplo.

Há muitos anos, eu e um gerente participamos de uma reunião importante com uma executiva com quem já havia trabalhado anteriormente. Antes da reunião efetivamente começar, perguntei a ela como estavam as coisas, se ainda morava no mesmo lugar, como estavam as crianças, enfim, o básico,  mas um pouco mais personalizado, porque eu conhecia a pessoa de fato, as perguntas não eram mera retórica, portanto.

Pesquisas dizem que falamos 20.000 palavras por dia, enquanto nossos amigos falam por volta de 7.000, ou seja, teoricamente falamos três vezes mais. Como fica isso no ambiente de trabalho? Como fazer as coisas funcionarem com diferenças tão grandes no quesito comunicação? Ocorre que quando um homem pergunta a um colega como ele está, a resposta não vai fugir muito do: “Beleza, cara, e você?”  Simples assim. Um aperto de mãos, um abraço desajeitado, um ou outro comentário e pronto. Assunto resolvido.

Mulheres quando fazem a mesma pergunta vão obter respostas mais longas e ilustradas: envolvem família, filhos, trabalho, trânsito, chuva. Perguntamos porque estamos interessadas mesmo, os updates são inevitáveis, mas entendemos que isto faz parte do negócio. E a recíproca é verdadeira: se nos perguntam, vamos responder, também. A comunicação tem duas vias, certo?

E ali estava eu com a minha amiga, fazendo os updates básicos, após tantos anos sem contato – e, caramba, muita coisa muda – e para nós, esta troca de informações enriquece a reunião, deixa um clima informal, descontraído. Bem, eu achava que sim, que estava fazendo uma social  básica, inocente e necessária.

Ao voltarmos para o escritório, meu chefe fez só uma pergunta: “O que foi aquilo?” Olhei espantada para ele: “Desculpe?” “Vocês falam muito!”, ele disse meio impaciente. Para ele, entrar, participar da reunião e sair teria o mesmo feito, só que mais rápido, mais produtivo. Eu discordo! Se temos algum tempo, por que não conversar? Por que não entender o que está acontecendo? Por que não humanizar o ambiente tão frio e impessoal do mundo dos negócios? A verdade é que ele achou meio desnecessária aquela sessão de flashback


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Não tocamos mais no assunto, até que alguns dias depois, recebemos uma ligação de que teríamos uma segunda reunião para discutir o projeto com mais detalhes. “Muito bom. Fizemos um bom trabalho”, meu chefe disse. “Fizemos mesmo”, respondi. Saí da sala com um sorriso vencedor colado na cara. Certo, isto era só o começo, o time havia trabalhado arduamente no projeto, mas gosto de pensar que aquela conversa ajudou um pouquinho no resultado! As pessoas gostam de comprar de pessoas mesmo, não é mesmo? 

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Gladis Costa

Gladis Costa é profissional da área de Comunicação e Marketing, com vivência em empresas globais de TI. É fundadora do maior grupo de Mulheres de Negócios do LinkedIn Brasil, que conta com mais de 6200 profissionais. Escreve regularmente sobre gestão, consumo, comportamento e marketing. É formada em Letras, e tem pós graduação em Jornalismo, Comunicação Social e MBA pela PUC São Paulo. É autora do livro "O Homem que Entendia as Mulheres", publicado pela All Print.


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