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Antes mesmo de terminar o programa de investimento atual, de R$ 2,6 bilhões até 2020, a Scania já lançou novo ciclo de R$ 1,4 bilhão para o quadriênio 2021-2024. O anúncio foi feito na manhã da terça-feira, 21, em evento na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), com a presença do governador de São Paulo, João Doria, que no início deste mês antecipou o acontecimento quando recebeu representantes da empresa no Palácio dos Bandeirantes. Os aportes serão direcionados principalmente à modernização de áreas da planta e projetos de produtos, incluindo a ampliação do centro local de pesquisa e desenvolvimento, com foco adicional na expansão de motorizações a gás natural e biogás.
Com o anúncio, a Scania poderá se enquadrar para receber os benefícios tributários do IncentivAuto, criado este ano pelo governo estadual, que prevê abatimentos no ICMS de produtos que sejam originados de investimentos superiores a R$ 1 bilhão e que gerem no mínimo 400 empregos – o incentivo é gradual, começa em 2,5% para o valor de partida e avança até chegar ao teto de 25% para projetos acima de R$ 10 bilhões, como o anunciado pela GM em março passado. Segundo a Scania, a empresa aguarda a regulamentação do IncentivAuto para avaliar a viabilidade de sua participação.
Não só o novo investimento poderá ser beneficiado pelo IncentiuvAuto, mas também parte do programa atual de R$ 2,6 bilhões que ainda será aplicado. Segundo Christopher Podgorski, presidente da Scania Latin America, R$ 1,5 bilhão foram gastos até 2018, principalmente para preparar a fábrica de São Bernardo para produzir a nova geração de caminhões da marca sueca, lançada no Brasil no fim do ano passado. “Apesar de toda a volatilidade no País, nosso compromisso é de longo prazo. Estamos agora integralizando o investimento com mais R$ 600 milhões este ano e R$ 500 milhões em 2020, completando assim o plano, aplicado em novas tecnologias, eficiência e produtividade para nossa operação”, declarou o executivo.
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“Já temos a previsão de investimento adicional para o quadriênio 2021 a 2024 da ordem de R$ 1,4 bilhão, que irá consolidar a vinda de novas tecnologias”, afirmou Christopher Podgorski.
“Nosso ritmo de investimento [até 2016] foi de R$ 100 milhões/ano, mas para atender as necessidades das novas tendências ligadas ao mundo do transporte, precisamos elevar esse patamar”, adicionou Podgorski. “Nossa planta faz parte de um sistema de produção global, acabamos de lançar um produto embarcado com uma plataforma ligada à futuras tecnologias, e esses recursos são base para o que está por vir”, afirma.
Mais gás à pesquisa e desenvolvimento
O presidente da operação latino-americana da Scania confirmou que, além da continuação do processo de modernização e automação de São Bernardo, que nos últimos anos renovou completamente áreas como as linhas de solda de cabines e montagem final, parte significativa dos recursos do plano atual e do próximo será aplicada na melhoria de fluxos logísticos e na ampliação da área de pesquisa e desenvolvimento, que hoje abriga 250 engenheiros atuando em paralelo com a matriz na Suécia. “Essa sinergia é fundamental para a qualidade que levamos aos clientes. Atualmente, por exemplo, somos os responsáveis globais pelos testes de validação de veículos em condições severas”, explica Podgorski.
Já estão previstos aportes de R$ 75 milhões para concentrar as atividades em um novo centro de P&D. “Decidimos ampliar as instalações com novos laboratórios e integração de novas tecnologias que estamos importando, localizando e nacionalizando”, disse.
De acordo com o executivo, o foco de pesquisa e desenvolvimento da empresa no Brasil será para “o aqui e agora”, com esforço concentrado em aumentar a oferta de veículos que usam combustíveis alternativos ao diesel fóssil, em especial o gás natural e biogás.
“Eletrificação e veículos autônomos virão a seu tempo, mas não precisamos esperar que essas tecnologias estejam maduras e façam sentido econômico para avançar em nossa proposta de transporte sustentável. Nosso time de P&D está focado na jornada de implementação de combustíveis alternativos na região, especificamente gás natural e biogás, que são insumos abundantes no País e na América Latina”, disse Podgorski, destacando ainda que o Brasil tem grande potencial de produção de biogás a partir de biomassa gerada nas diversas atividades de agricultura.
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