Otimizar custos, melhorar e aumentar a capacidade instalada são os instrumentos de ação da estratégia da Votorantim Siderurgia para enfrentar um cenário econômico global ainda complexo ao longo de 2013. "Também vamos centrar esforços na curva de aprendizado da Sitrel, nossa nova fábrica, inaugurada em dezembro passado, que trará importante sinergia para os nossos negócios e cujos resultados, esperamos, possam ser claramente sentidos já no balanço deste ano", comenta o diretor-superintendente da Votorantim Siderurgia, Albano Chagas Vieira.
No ano passado, o desempenho da companhia sofreu os impactos das dificuldades da economia mundial, mas ainda assim contabilizou bons resultados, de acordo com o executivo. "Não obstante a demanda estável e o acréscimo significativo de importações na América Latina, a Votorantim Siderurgia apresentou, em 2012, sólida recuperação aumentando sua receita líquida em 9% e Ebtida em 72%, em comparação com 2011. A receita líquida somou R$ 3,3 bilhões em 2012", informa Vieira.
Como no ano passado, adianta o executivo, a empresa deverá manter foco prioritário nos mercados da construção civil (70% dos negócios) e construção mecânica. A Votorantim Siderurgia praticamente não exportou no último ano. A soma das exportações em 2011 e 2012 chega apenas a 12 mil toneladas, e esse quadro não deve se alterar este ano, de acordo com Vieira.
Mas em relação ao mercado interno, a empresa é bastante otimista. "Projetamos um crescimento de 3,5%", afirma.
"O cenário interno é favorável, uma vez que há obras de infraestrutura anunciadas e que precisam acontecer. Os investimentos em infraestrutura são tidos como prioritários pelo governo federal e estamos bem posicionados para poder captar as oportunidades que irão surgir como, por exemplo, com as reformas e expansão de aeroportos e metrôs, novas ferrovias e portos, além de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016", afirma ele.
A Votorantim Siderurgia encontra-se atualmente entre as seis maiores produtores de aços longo do país, com capacidade de produzir aproximadamente 2,5 milhões de toneladas anuais de aço para uso nos setores industriais e de construção civil. Em 2012, a empresa colocou no mercado 1,8 milhão de toneladas do produto, mas agora aposta nos investimentos realizados nos últimos anos para otimizar custos e sua capacidade de produção.
Em 2009 a empresa aplicou R$ 500 milhões na modernização da usina de Barra Mansa (RJ), responsável por 800 mil toneladas de produtos acabados. Em 2010 desembolsou mais R$ 1,1 bilhão para colocar em plena capacidade (1 milhão de toneladas de aço bruto e 530 mil toneladas de produtos acabados ao ano) a usina de Resende (RJ). Já em 2011, a empresa investiu R$ 4,3 bilhões, dos quais 53% foram para manutenção e 47% para expansão do negócio.
No ano passado, a Votorantim Siderurgia fez mais dois investimentos importantes, segundo Vieira. O primeiro foi o arrendamento de um alto forno para produção de ferro gusa localizado em Curvelo, Minas Gerais, com previsão de entrar em operação este ano. O alto forno é de propriedade da Agrocity Siderurgia, possui capacidade de 120 mil toneladas/ano e será abastecido por carvão próprio fabricado pela unidade Florestal. Segundo a Votorantim, esse projeto busca produção de ferro gusa a custos baixos e estáveis.
O outro grande investimento resultou na inauguração da laminadora de barras e vergalhões Sitrel-Siderúrgica Três Lagoas, localizada em Três Lagoas, no Estado do Mato Grosso do Sul. A Sitrel é uma joint-venture com o empresário Alexandre Grendene e recebeu investimentos de R$ 270 milhões. A nova unidade utilizará tarugos provenientes da Votorantim Siderurgia em Resende (RJ). "A Sitrel complementará as operações da Votorantim Siderurgia", diz Vieira.
"Com capacidade de fabricação de até 400 mil toneladas por ano, a laminadora nos fortalece no setor da construção civil, principalmente da região Centro-Oeste, que consideramos das mais promissoras para os próximos anos em relação a consumo de aço", afirma.
A Votorantim Siderurgia também opera no exterior, com unidades na Colômbia e Argentina. É acionista majoritária da PazdelRio, na Colômbia, com capacidade de produção de 450 mil toneladas por ano, e controla a empresa Acerbrag, na Argentina, com capacidade instalada de 300 mil toneladas por ano.
Por Genilson Cezar/ Valor Econômico