A capacidade do ser humano de alterar a natureza cresceu muito a partir da Revolução Industrial. Este processo teve início há mais ou menos 200 anos, na Inglaterra, que foi o primeiro país a gerar energia em larga escala, utilizando suas grandes reservas de carvão. E foi a partir da produção da energia elétrica que o desenvolvimento tecnológico ganhou forte impulso.
Com o passar dos anos, foram criados milhares de materiais sintéticos que, na sua maioria, não entram no ciclo da natureza, acumulando-se no meio ambiente. Muitos demoram centenas de anos para se decompor, outros simplesmente não se decompõem.
Os avanços tecnológicos possibilitaram cada vez mais o acesso dos indivíduos a bens de consumo. O aumento do consumo incentivou o aumento da produção, fechando um ciclo, que tem como conseqüência a degradação ambiental.
Surgiu então a necessidade da busca de soluções para minimizar os impactos provenientes da poluição crescente. Movimentos, organizações e países no mundo inteiro iniciaram ações de preservação ambiental. Organizaram-se as grandes conferências e foram firmados tratados internacionais para controle da poluição. Historicamente podem ser lembrados os eventos abaixo
- 1968: Conferência sobre a Biosfera - UNESCO;
- 1971: Clube de Roma - Limites do crescimento;
- 1972: I Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente - ONU;
- 1990: Ano Internacional do Meio Ambiente - ONU;
- 1991: II Conferência Internacional da Indústria sobre Gerenciamento Ambiental - Câmara Internacional do Comércio (ICC). Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável;
- 1992: Conferência Rio 92 - Agenda 21.
O que foi a Rio 92
Conferência da ONU sobre o meio ambiente e desenvolvimento. Reuniu no Rio de Janeiro, entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, representantes de 170 países.
Resultados:
- Atenção para as questões ambientais,
- AGENDA-21, um plano de ação para o séc. XXI,
- Acordos, tratados e convenções sobre o Meio Ambiente,
- Deixou claro necessidade de um novo estilo de vida - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O que é Agenda 21
É um plano de ação para o séc. XXI, visando a sustentabilidade da vida na terra. É uma estratégia de sobrevivência.
Nos seus 40 capítulos, trata de:
- Dimensões econômicas e sociais;
- Conservação e manejo de recursos naturais;
- Fortalecimento da comunidade;
- Meios de implementação.
Os termos mais utilizados no estudo das questões de meio ambiente são apresentados a seguir:
Meio ambiente (lei 6 938/81)
- Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
- Circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos, e suas inter-relações.
Poluição (lei 6 938/81)
- A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
- prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
- criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
- afetem desfavoravelmente a biota;
- afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
- lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Poluição (impacto ambiental)
Qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades produtos ou serviços de uma organização.
O que é desenvolvimento sustentável
A maior parte da sociedade humana vive como se fosse a última geração. O desenvolvimento sustentável é uma proposta de combinar as necessidades de produção e desenvolvimento com a preservação e reposição dos recursos naturais, ou seja, satisfazer as demandas atuais sem comprometer a qualidade de vida das futuras gerações.
- O DS busca compatibilizar as necessidades de desenvolvimento das atividades econômicas e sociais com as necessidades de preservação ambiental.
- O DS é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades
Atualmente a degradação ambiental é perceptível em qualquer parte do mundo. Exemplos conhecidos desta degradação são:
- a chuva ácida: resultante da queima de combustíveis fósseis (carvão ou derivados de petróleo) liberando óxidos de nitrogênio (NxOy) e enxofre (SOx) que, combinados com a água, formam os ácidos nítrico (HNO3) e sulfúrico (H2SO4) presentes nas precipitações de chuva, alterando a composição química do solo e das águas, destruindo florestas e lavouras, atacando estruturas metálicas, monumentos e edificações;
- a poluição da água e solo: o lançamento de efluentes domésticos e industriais sem tratamento no solo e corpos hídricos polui o solo e a água. Os poluentes podem eventualmente atingir grandes áreas, com óbvio prejuízo à saúde e ao meio ambiente.
- o efeito estufa: fenômeno natural que regula a temperatura da Terra e vem sendo intensificado devido ao aumento da concentração de gases (como dióxido de carbono, óxido nitroso, metano e os clorofluorcarbonos)na atmosfera, provenientes da queima de combustíveis (petróleo, gás, carvão), queima de áreas florestais e agrícolas (queimadas), emissão de gases industriais, fermentações e fertilizantes agrícolas, causando o aumento das temperaturas da Terra e consequente elevação do nível dos oceanos;
- a degradação da camada de ozônio: reduzindo a filtragem da radiação ultravioleta e ameaçando a vida em nosso planeta. É provocado pela emissão do CFC, gás utilizado até pouco tempo nos trocadores de calor de sistemas de refrigeração e sprays.
- os acidentes ecológicos: acidentes em setores produtivos e de transporte podem lançar grandes quantidades de substâncias nocivas no meio ambiente, provocando sérios impactos ambientais. São exemplos os recentes derrames de petróleo da Petrobrás no Paraná e Rio de Janeiro.
- a falta de saneamento básico (abastecimento de água, tratamento de esgoto e coleta de lixo): associada ao problema de escassez de moradia, especialmente nos países pobres, onde constitui-se causa de 30% das doenças.
Os efeitos dos problemas ambientais apontados
- elevação do nível dos oceanos;
- perda da biodiversidade – extinção de espécies vivas (1,7 milhões identificadas) e de ecossistemas;
- aumento dos casos de câncer;
- prejuízos na agricultura;
- riscos de envenenamento agudo de humanos e animais;
- tendência ao aumento de catástrofes naturais como enchentes e secas;
- epidemias de doenças infecto-contagiosas.