Automação se torna fator de sobrevivência

Tecnologias de robotização garantem elevação nos padrões de competitividade da indústria automobilística nacional

Quem quiser sobreviver na exigente e competitiva indústria automobilística brasileira nos próximos anos terá de abrir os olhos para a automação. Esta é a opinião dos principais players do setor, que comemoram o grande potencial de crescimento para seus negócios nos próximos anos. Atentas para as oportunidades, gigantes como Cognex, Kuka e Comau investem pesado em desenvolvimento para proporcionar produtos e soluções que permitam atender a nova fase da indústria nacional, que deverá registrar evolução nunca vista com a vigência das novas regras do regime automotivo, em janeiro de 2013. 

“Somente com avanços em automação é que será possível reduzir o tempo de desenvolvimento dos novos produtos para dois anos, os custos de produção e de mão de obra e ainda garantir eficiência, qualidade e produtividade”, afirma o gerente de vendas da Cognex, Domingos Mancinelli. 
 
A promessa de aportes em toda a cadeia de R$ 60 bilhões até 2017 deverá garantir tranquilidade ainda maior para as empresas de automação, cujas operações crescem em média 30% a cada ano, independentemente dos problemas, com forte participação do setor automotivo. “Não sentimos as dificuldades enfrentadas neste ano. Mesmo no setor de pesados, os negócios foram mantidos”, explica Mancinelli. 
 
Nesse contexto positivo, a Cognex mantém investimento anual global da ordem de 12% da receita em desenvolvimento, oferecendo produtos específicos para as características dos países emergentes e preços atrativos. “Estamos colhendo excelentes resultados com nossos leitores 1D e 2D e nossas câmeras de identificação, cujos preços se enquadram às possibilidades das empresas locais”, observa o gerente. 
 
Se antes os custos para automação dificultavam sua disseminação, atualmente a realidade é diferente. “Os robôs, hoje, são muito mais acessíveis. Temos em nossa linha modelos que vão de US$ 20 mil, com capacidade de carga de 7 kg, até US$ 400 mil, para carga de 800 kg. São valores muito inferiores aos praticados há poucos anos”, conta o superintendente para América Latina da Comau, Gerardo Bovone, que conta com diversos equipamentos para linhas de carroceria, motor e câmbio, todos provenientes do mercado externo. “A falta de fornecedores nacionais para nossos equipamentos impede a construção de uma fábrica no Brasil. Seria necessário atrair essas empresas para tornar viável a produção local. Temos estrutura apenas para fundição”, explica. 
 
Enquanto tais possibilidades não aparecem, as empresas aproveitam para reforçar as operações locais, com a contratação de novos profissionais e adequação das instalações, como é o caso da Kuka. “Estamos mudando da capital paulista para o ABC para ficarmos mais próximos das montadoras e sistemistas presentes na região”, informa Patrick Polak, responsável pela contas automobilísticas da Kuka Roboter que, assim como os concorrentes, faz planos ciente da importância de seus produtos para a evolução da indústria automotiva nacional nos próximos anos.
 
Por Jairo Morelli/ Automotive Business