Setor metalmecânico do RS terá retomada em 2013

Na opinião de entidades, baixa produção agrícola por conta da estiagem foi motivo da queda

Assim como no restante do país, a indústria em Caxias do Sul apresenta queda de faturamento em diversos setores. Porém, especialistas e empresários acreditam na retomada do setor em 2013.  "A expectativa é que teremos um resultado positivo no fechamento do exercício este ano. Sofremos muito no primeiro semestre, especialmente no Rio Grande do Sul com a estiagem, mas já vemos melhoras em alguns setores. Acredito que 2013 será um ano muito melhor, um dos motivos é a proximidade com a Copa do Mundo, em 2014, o que fomentará o clima econômico", avalia o presidente do conselho delibertaivo do Sebrae-RS, Vitor Koch.

O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Getúlio Fonseca, também espera um ano mais produtivo em 2013. "Nossa meta agora é incentivar a exportação, afinal perdemos muito desde 2007, quando nós tínhamos um faturamento local em torno de R$ 18 bilhões e tínhamos 20% das exportações. Em 2011, fechamos com 9%, mas nos primeiros seis meses deste ano já recuperamos e acredito que isso que vai mudar e melhorar a economia local", defende Fonseca. Ele afirma que atualmente a região de Caxias do Sul conta com 2800 empresas do setor metalmecânico, responde por 70% do segmento local e gera mais de 70 mil empregos, porém este ano o setor metalmecânico deve fechar com uma queda de 2,5%. "Em 2013, esperamos um crescimento contínuo com o aumento da lavoura e a melhora do clima, já que nossa região é muito voltada para a indústria de equipamentos e veículos agrícolas", diz.  
 
Para o presidente da Associação das Indústrias de Usinagem (Asiusi), Ismael Bussetti, a situção deve começar a melhorar para a indústria do metal pesado a partir do primeiro trimestre de 2013. "Trabalhamos com uma queda de 30% em nosso setor aqui em Caxias do Sul, porque é uma região muito forte no segmento rodoviário e no hidráulico, porém se uma parte da cadeia sofre recessão, afeta todo o resto", cita Bussetti. Para ele uma das soluções é a união de empresas, como é o caso da Asiusu, porque compartilham conhecimentos e percebem que as dificuldades são as mesmas.
 
Medidas
Para o presidente do Simecs, os pacotes do governo já nao fazem tanto efeito como em 2008. "Para a indústria local nao faz muita diferenca, porque somos voltados principalmente para a indústria pesada, que nao é beneficiada pela redução do IPI, por exemplo", comenta. Já o presidente da Asiusi acredita que as medidas, embora momentâneas, auxiliam a indústria nacional. 
 
Profissionais
Uma das preocupações constantes da indústria é com a mão de obra especializada. Segundo o presidente do Simecs, uma ameaça local para o setor metalmecânico de Caxias do Sul são os polos navais. "O polo naval de Rio Grande e do Jacuí devem atrair profissionais da nossa região, principalmente soldadores e quem trabalha com conformação", explica. Mas Fonseca acredita que os inúmeros cursos técnicos da cidade devam suprir as demandas do setor. 
 
O agente de relações com o mercado do Senai, Junior Antonio Susin, é um dos responsáveis pelos cursos na região de Caxias do Sul. "Os cursos voltados para a área de metalmecânica estão em plena expansão na região. Estamos construindo a sétima unidade do Senai na cidade e o Instituto de Tecnologia. Caxias é uma das três cidades que irão sediar estes institutos no Rio Grande do Sul", afirma Susin. Ele explica que no município o setor metalmecânico e o automotivo são os mais englobados pelos cursos do Senai, que inclusive oferece opções de aulas dentro de empresas, como Marcopolo e Randon.  
 
 
 
 
 
 

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