Além de buscar a autossuficiência em minério de ferro, a Gerdau Açominas, controlada pelo grupo gaúcho Gerdau, também concentra esforços para entrar no mercado nacional de aços planos ainda neste ano. A empresa já solicitou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) o pedido de licença prévia (LP) concomitante do licença de instalação (LI) para a instalação da segunda fase da laminação de chapas grossas na sua usina em Ouro Branco, no Campo das Vertentes.
Segundo analistas de mercado, a entrada da empresa no mercado de aços planos, através da fabricação de chapas grossas, utilizadas pela indústria naval, pode fazer com que a companhia conquiste importante fatia do volume de aço importado pelo segmento, já que a demanda cresceu em função da exploração do pré-sal e de só existir, até então, um player no Estado, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), que produz este tipo de aço.
Além disso, o laminador a quente que será instalado na usina de Ouro Branco permitirá à Gerdau produzir bobinas que são utilizadas principalmente na indústria da construção civil (construção metálica), petrolífera, naval e de máquinas e implementos, entre outros setores.
O licenciamento solicitado à Semad, que será julgado no próximo dia 30, abrange o laminador de chapas grossas e a linha de acabamento de bobinas a quente. A Gerdau informa que, com os dois laminadores de aços planos, sendo um de bobinas a quente e outro de chapas grossas, a capacidade instalada da usina pode atingir 1,9 milhão de toneladas por ano deste tipo de aço. A companhia, em nota, também confirma que o laminador de bobinas a quente entrará em operação até o final de 2012.
O licenciamento da segunda fase de implantação da laminação de chapas grossas compreende uma produção de 500 mil toneladas anuais. E, além disso, o relatório da Semad esclarece que "a instalação dos equipamentos estará integrada ao atual fluxo de produção de aço, o que dará maior flexibilidade no atendimento às necessidades de mercado".
A Gerdau também explica, por meio da sua assessoria de comunicação, que o licenciamento para a produção de 1 milhão de toneladas de aços planos anuais foi feito em processo diferente e anterior ao da segunda fase da laminação de chapas grossas. A licença para as outras 400 mil toneladas por ano será solicitada em etapa posterior, conforme a empresa, de acordo com a demanda de mercado.
Mineração
A companhia também está tocando um projeto de R$ 838 milhões para aumentar a capacidade instalada do setor de mineração, que passará das atuais 6,5 milhões de toneladas anuais de minério de ferro para 11,5 milhões de toneladas do insumo por ano até 2014. E, conforme já informado pelo CEO da empresa, André Gerdau Johannpeter, a produção deste ano já garantirá o abastecimento da usina de Ouro Branco.
As reservas de minério de ferro da Gerdau estão estimadas em 2,9 bilhões de toneladas e estão distribuídas em quatro minas: Miguel Burnier, Várzea do Lopes, Gongo Soco e Dom Bosco. Com a autossuficiência próxima de ser alcançada, a companhia já estuda formas para gerar receita com o minério excedente, seguindo a tendência do setor, e busca parceiros estratégicos para a exploração comercial de suas jazidas.
Dentro do pacote de investimentos que estão em andamento para otimizar as operações no setor de mineração, estão as obras da Unidade de Tratamento de Minério (UTM) em Miguel Burnier e um sistema de logística para atender às operações. O grupo siderúrgico construirá uma estrada entre seus ativos minerários, além de instalar uma correia transportadora de nove quilômetros de extensão, entre a mina de Miguel Burnier e a planta da Açominas. A empresa também está finalizando estudos para a construção de um terminal ferroviário.