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O governo Lula deve deixar para a equipe da presidente eleita Dilma Rousseff o programa de incentivo aos veículos elétricos e híbridos. Após idas e vindas, com direito até a evento de anúncio suspenso cinco minutos antes do horário previsto – em maio –, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se posicionou sobre um projeto nacional.
Em visita na semana passada ao Salão do Automóvel em São Paulo, Lula entrou em alguns dos 20 modelos híbridos e elétricos expostos no evento e ainda ganhou, em regime de comodato, um Ford Fusion híbrido, movido a gasolina e eletricidade.
Mas, enquanto a definição do programa não vem, grupos empresariais antecipam anúncios de projetos por acreditarem que o Brasil precisa estar na rota da eletrificação veicular. Nesta sexta-feira à noite, em evento no Consulado Britânico, em São Paulo, o grupo inglês de investimento Capadoccia, que recentemente adquiriu a empresa brasileira Obvio!, apresenta o 828H, minicarro híbrido que terá eletricidade gerada por um motor a etanol.
É o primeiro motor com essa tecnologia no mundo. Até agora, os modelos disponíveis em diversos países operavam com gasolina ou diesel. O propulsor foi desenvolvido na Inglaterra, com ajuda de engenheiros brasileiros. É um motor de alta eficiência que vai gerar energia para carregar a bateria elétrica, que também pode ser carregada na tomada. Se fosse vendido hoje, o 828H custaria entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.
O evento é dirigido a um grupo de 200 pessoas, a maioria empresários britânicos que atua no País e também pilotos e organizadores da Fórmula 1. É a primeira vez que o carro, já visto em salões nos EUA, será mostrado em um evento no País. "Temos grande interesse no desenvolvimento de tecnologias para diminuir os níveis de emissão de carbono", diz John Doddrell, cônsul em São Paulo.
Será lançado durante o evento um sistema de geração de energia sem fio desenvolvido pelo grupo Halo. O Capadoccia anuncia ainda parceria com a Gevco, empresa pertencente ao grupo inglês Lotus, que está desenvolvendo uma família de carros elétricos, um deles compacto para quatro pessoas, chamado de e-City. Futuramente, o modelo também poderá ser fabricado no Brasil a preços bem mais competitivos que o 828H, diz Ricardo Machado, presidente da Obvio!.
"Aguardamos a decisão do governo sobre um programa de incentivos à eletrificação", informa Machado. Os governos de todos os países que estão lançando carros elétricos oferecem incentivos para a compra.
O Capadoccia tem planos de montar uma fábrica no Brasil, mas, sem medidas governamentais, poderá ir para o México.
Fábrica
Outra iniciativa é a do empresário Eike Batista, da EBX. Ele anunciou que vai construir uma fábrica de carros elétricos no Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Disse que já existem negociações com fornecedores de tecnologia japoneses e europeus e que a ideia é iniciar a produção em até quatro anos. O investimento estimado é de US$ 1 bilhão.
Mais uma empresa a manifestar interesse foi a Oxxor Motors, que assinou acordo de intenções com a Prefeitura de Campo Largo (PR). A Mitsubishi do Brasil mostrou em várias eventos e também ao presidente Lula um compacto elétrico feito pela marca no Japão, o i-MiEV e não descarta a produção local no futuro.
No Consulado também serão expostos modelos de alto luxo das marcas inglesas Aston Martin, Mini, Jaguar e Land Rover.
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