Imagem: Divulgação
Após três anos de discussões, o aterro sanitário Paulistano que deve substituir o saturado São João, ambos em São Mateus, na zona leste, ainda divide opiniões. Integrantes da Campanha Mais Vida Menos Lixo vão entrar na Justiça para tentar barrar a construção, que começou nesta semana e tem prazo para terminar em dezembro. Sem ele, as empresas de coleta temem que a capital tenha um apagão do lixo.
A Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL) será construída pela Ecourbis Ambiental S.A. dentro de uma área de mata atlântica em uma Zona Especial de Preservação Ambiental (Zepam) onde existem veados, gambás, macacos e aves. A obra também divide moradores e ambientalistas. A Ecourbis afirma que o aterro é imprescindível para a capital, que desde novembro está sem aterro próprio - pela primeira vez em 30 anos. A empresa garante que fará um amplo programa de compensação ambiental, que inclui a criação do Parque Sapopemba em uma área de 3,2 milhões de m2. Serão construídos também na região outros cinco parques com 4 mil m2 e uma parte da Avenida Sapopemba será recuperada.
O futuro aterro fica a 500 metros de distância do Morro do Cruzeiro, que tem 998 metros e é o segundo ponto mais alto da cidade, perdendo apenas para o Pico do Jaraguá. O local é considerado um patrimônio da capital. "Não faz sentido o desmatamento de uma área tão importante para a construção de um aterro sanitário", afirma Pedro Vicente, coordenador da campanha. A Pastoral da Ecologia, ligada à Igreja Católica, também é contrária à construção.
Já Hamilton Clemente Alves, presidente do Movimento Ambiental Cultural Ecológico (MACE) da região, defende o CTL. Segundo ele, é um "mal necessário" para a cidade. "São Paulo está precisando de um aterro sanitário e, se ele vem para a nossa região, que tenhamos então toda a compensação ambiental." Alves conta que amanhã será instalado um conselho com cerca de 30 pessoas para acompanhar as obras e a compensação.
Atualmente, a Prefeitura se vale de dois aterros privados para depositar o lixo, a um gasto mensal de R$ 6,6 milhões aos cofres municipais. "Um aterro próprio se opera com R$ 2 milhões ao mês", explica o presidente da Ecourbis, Ricardo Acar. Ele explicou que o aterro pôde ser criado em uma Zepam porque se trata de uma área de interesse público.
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