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A Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) e a gestora de resíduos industriais Estre Ambiental se uniram para atuar em um novo mercado, o de tratamento de esgoto industrial. O acordo já foi fechado e as empresas devem formar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) dentro de duas semanas, com 45% de participação da Sabesp e 55% da Estre. Será construída uma estação de tratamento especializada em efluentes líquidos da indústria na zona Norte da capital paulista, na Vila dos Remédios. A operação comercial deve começar em outubro de 2012.
"A iniciativa é importante para a diversificação de negócios da Sabesp na área ambiental", diz o presidente da estadual, Gesner de Oliveira, citando a Sabesp Soluções Ambientais, braço da companhia para serviços ambientais voltados ao setor privado. Wilson Quintella, acionista da Estre Ambiental, destaca que o novo negócio vai complementar o atendimento que a empresa realiza hoje na área de resíduos sólidos. "Já temos um carteira importante de clientes, e hoje faltam alternativas para o descarte do esgoto industrial. É um mercado bastante promissor", diz Quintella.
O investimentos para a construção da estação de tratamento num terreno de 29 mil m² será de R$ 40 milhões. O terreno já era de propriedade da Sabesp e as obras devem começar em abril do ano que vem. A expectativa das companhias é obter um faturamento de aproximadamente R$ 50 milhões por ano com o tratamento de 5 mil metros cúbicos de resíduos industriais ao dia. Essa será a capacidade inicial da estação, que conta com mais 37 mil m² de terreno para uma futura expansão.
"Encontramos uma forma de rentabilizar um ativo que já tínhamos, o terreno, e ainda gerar mais demanda para as nossas estações de tratamento de esgoto doméstico, já que após o pré-tratamento, eles serão enviados para as estações comuns", conta Oliveira. A Estre, por sua vez, também utilizará a estação para tratar o chorume gerado nos três aterros sanitários que a empresa gerencia em São Paulo. São cerca de 1 mil m³ de chorume produzidos por dia nos aterros localizados na rodovia Fernão dias, em Itapevi e em Paulínia.
Os resíduos industriais não podem ser descartados diretamente na rede de esgoto. Devem passar por um pré-tratamento que remova a poluição química. Para atender a exigência ambiental, as empresas costumam buscar soluções internamente. São esses os potenciais clientes da Sabesp e da Estre. Segundo Oliveira, o mercado para o novo negócio é formado por cerca de 15 mil empresas na Região Metropolitana de São Paulo entre indústrias químicas, petroquímicas, metalmecânicas, processadoras de alimentos, postos de gasolina e aterros sanitários.
A Sabesp hoje já trata chorume de aterros, mas com o novo investimento a intenção é crescer no mercado. A companhia estadual fatura atualmente cerca de R$ 50 milhões por ano com o tratamento de esgoto não-doméstico pulverizados em várias estações de tratamento. É o equivalente ao que deverá ser faturado com o novo investimento, mas as vantagens da nova estação, segundo Oliveira, são o ganho de escala e a especialização num ramo de mercado.
O presidente da Sabesp explica que o custo para tratar efluentes químicos é de duas a três vezes maior do que para o esgoto doméstico, mas que o ganho de escala deve permitir custos menores. "É um tratamento mais complexo, depende de materiais mais caros."
Quintella destaca que será a maior estação de tratamento de esgoto industrial em São Paulo voltada para terceiros. "É uma parceria importante entre a Estre e a Sabesp, pois une o nosso 'core business', que são os resíduos industriais, com a experiência da Sabesp em saneamento básico" diz ele.
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