Enquanto o presidente reclama da baixa produção das casas de aço, empresários questionam a durabilidade desses imóveis
Por Valor Econômico
09/02/2010
Foto: Divulgação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou, durante reunião com representantes do setor siderúrgico, que eles estavam "muito tímidos" diante do crescimento da demanda interna brasileira por aço. Na semana passada, Lula já havia reclamado com a Votorantim , porque o país está importando aço longo da China para atender à indústria naval nacional.
O presidente indagou sobre a baixa produção de casas de aço no país. Os empresários reclamaram que não há "cultura" da Caixa Econômica Federal (CEF) para autorizar financiamentos desta natureza. "Eles questionam, por exemplo, a durabilidade das casas feitas de aço", disse o presidente da Usiminas, Marco Antônio Castelo Branco.
Ficou acertada para a próxima semana uma reunião dos empresários com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e representantes da CEF e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para estudar linhas de financiamento para a produção de casas de aço. "Elas podem ser construídas em um prazo muito mais rápido que as casas normais, o que daria escala na produção", confirmou o presidente da Usiminas.
O presidente do Instituto Aço Brasil, Flávio Azevedo, afirmou que a demanda interna nacional é de 22 milhões de toneladas e que o setor produz 41 milhões. Com todos os grandes eventos previstos para os próximos anos - investimentos no pré-sal e na construção naval, programa Minha Casa, Minha Vida, Copa do Mundo e Olimpíada - a necessidade de aço atingirá o patamar de 41 milhões. "Apresentamos ao presidente Lula uma estimativa de investimentos de US$ 40 bilhões até 2016, o que nos permitirá ampliar nossa produção para 77 milhões de toneladas", disse Azevedo.
Ele lembrou que o setor enfrentou com dificuldades a crise internacional. Na virada de 2008 para 2009, foram fechados 6 dos 14 alto-fornos. "Recuperamos nossa produção e temos apenas um alto-forno paralisado no momento", afirmou Azevedo. O empresário também rebateu as acusações de que o setor siderúrgico é inflacionário. "O aço representa 50% do peso de um carro, mas apenas 5% a 6% do valor final do veículo. No caso das casas populares, o custo do aço no preço final é de apenas 2%, de 10% a 15% no caso de fogões e geladeiras", completou o empresário.
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