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O candidato republicano John McCain quer acabar com a tarifa de importação sobre o etanol brasileiro e eliminar o subsídio ao etanol de milho americano. Ele também apóia a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU e no G-8. Durante três dias da semana passada, a reportagem do Estado acompanhou McCain em campanha por Nova York, Boston, Filadélfia e Washington. E constatou que o republicano tem mais ligações com o Brasil que os brasileiros imaginam. Seu jatinho de campanha é um Embraer 190, da Jet Blue. McCain já esteve várias vezes no Rio de Janeiro nos anos 50, quando namorou uma carioca.
Se for eleito presidente dos EUA, o candidato republicano deve se aproximar do Brasil, nação que elogia por sua política de energia limpa. "Cometemos uma série de erros ao não adotar uma política energética sustentável - um deles são os subsídios para o etanol de milho, que eu avisei em Iowa que iriam destruir o mercado e foi de fato o que aconteceu: o etanol de milho está causando um sério problema de inflação", disse McCain em entrevista ao Estado em Boston. "Além disso, está errado impor uma tarifa de US$ 0,54 por galão de etanol de cana brasileiro, que é muito mais eficiente do que o etanol de milho." Já o candidato democrata Barack Obama defende uma cooperação energética com o Brasil, mas não quer acabar com a tarifa nem com o subsídio.
Além do setor energético, McCain prega uma aliança com o Brasil na chamada "liga das democracias" - uma união de países para se contrapor ao que chama de regimes autocráticos da China e Rússia. Ele apóia um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU, a participação do País em um G-8 ampliado (que incluiria a Índia e excluiria a Rússia) e a retomada das discussões da Área de Livre Comércio (Alca) com o Brasil - o senador defende o livre comércio como forma de "espalhar" a democracia pelo continente.
Dentro da campanha de McCain, as posições de Obama para a América Latina são ridicularizadas. "Obama nunca pisou na região, não foi nem de férias para Cancún", diz um assessor. McCain já esteve três vezes na Colômbia e outras tantas no Brasil. A primeira vez foi em 1957, quando ele ainda estudava na Academia Naval e conheceu uma modelo brasileira. Segundo um assessor, ela se chamava Maria e morava "perto do Pão de Açúcar". Eles namoraram por alguns meses e McCain voltou ao Rio para vê-la.
Assessores do republicano afirmam que o projeto de Obama para a região se limita a "tomar chá" com Hugo Chávez , enquanto desencoraja aliados como Colômbia por sua oposição ao livre comércio. "Bloquear o acordo comercial com a Colômbia, impor medidas protecionistas e sentar para bater papo com ditadores como Chávez? Como é que isso vai dar certo?", diz um assessor.