A demanda aquecida por carros, caminhões e tratores está provocando a falta de peças, principalmente pneus, nas montadoras. O quadro verificado há cinco anos, quando veículos ficaram incompletos nos pátios, volta a se repetir. Com a incapacidade dos fornecedores locais de darem conta da demanda, as empresas apelam para a importação ou a compra de produtos no mercado de reposição, a custo mais elevado.
Na CNH (antiga Case New Holand), fabricante de máquinas agrícolas, há 150 veículos aguardando pneus e peças como engrenagens no pátio da fábrica em Curitiba (PR). Os veículos esperam três semanas para serem completados. A CNH deve importar este ano 10 mil pneus dos EUA, contra 3 mil em 2007. O produto é 30% mais caro que o nacional, por causa do frete. Outros 5 mil pneus devem vir da China, Argentina e Itália.
A Fiat Automóveis também enfrenta "abastecimento crítico" de pneus, segundo o diretor de compras Osias da Silva Galantine. Segundo ele, a montadora passará a importar pneus e rodas de liga leve da China. A economia com a importação chegará a 10% e 20%, respectivamente.
Scania
A Scania ampliou entre 1% e 2% as importações de peças forjadas, fundidos, rolamentos e tubos para complementar o fornecimento local. A Iveco, que importa mensalmente 500 contêineres com 3 mil itens para caminhões informa que, além do gargalo, enfrenta desabastecimento por causa da greve na Receita Federal. Nas últimas semanas, recorreu ao transporte aéreo "a um custo dez vezes maior em relação ao navio", diz o diretor de compras Lúcio Bicalho.