Novo Laboratório de Bioenergia da Unicamp busca parcerias com foco em inovação

Uma das atuações do laboratório será focada no aproveitamento de resíduos

A necessidade de ampliar o acesso a bioenergias e bioprodutos, inovar e seguir a trilha da transição energética, com base na agenda de sustentabilidade, ganhou reforço na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O novo Laboratório de Bioenergia da Unicamp (LABIOEN) está aberto a parcerias com empresas e instituições públicas e privadas, interessadas no desenvolvimento de soluções que reduzam a dependência do Brasil aos combustíveis fósseis, propondo novas formas de consumo e reaproveitamento da matéria e energia.

“A ideia é que o LABIOEN seja um hub de pesquisa científica e aplicada”, disse Bruna de Souza Moraes, coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE), responsável pela gestão do novo laboratório. Entre os parceiros da Unicamp que já demostraram interesse em firmar convênios com o LABIOEN estão empresas como a Comgás e a Copercana.

O LABIOEN também terá parceria da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para o desenvolvimento de pesquisas a partir das infraestruturas em escala real das estações de tratamento de esgoto. Uma das atuações do laboratório será focada no aproveitamento de resíduos. O projeto tem apoio ainda da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo e da Secretaria do Verde da Prefeitura de Campinas. 

O novo laboratório recebeu recursos do governo do estado de São Paulo dentro das iniciativas conjuntas com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e as universidades públicas paulistas (UNICAMP, UNESP e USP) para incentivar pesquisa e ensino em bioenergia. Ele está em fase final de obras e a previsão é de que comece a funcionar no segundo semestre.

Estrutura de ponta 

A nova estrutura de pesquisa e desenvolvimento do laboratório foi apresentada durante o I Fórum de Bioenergia e Bioprodutos da Unicamp. O complexo é composto por dois prédios, que contabilizam uma área total de 6 mil metros quadrados e foi inspirado em estruturas de inovação de ponta em nível mundial.


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A planta inclui laboratórios de pesquisa em escala de bancada, auditórios, salas de alunos, salas de professores, e também uma planta piloto, já em funcionamento, onde é possível fazer experimentos de escalonamento, visando a transferência de tecnologias. 

“Hoje, é um dia significativo para a academia, o setor empresarial e o governo”, afirmou Maria Luiza Moretti, coordenadora-geral e reitora em exercício da Unicamp. “A bioenergia é um motor para o crescimento da economia. Nosso papel enquanto Universidade é formar talentos e desenvolver pesquisas que tragam benefícios à sociedade”.

O LABIOEN terá interação com o Programa Integrado de Pós-Graduação em Bioenergia conduzido em conjunto pelas três universidades estaduais paulistas (Unicamp, USP e UNESP). O programa já teve 72 pedidos de patentes depositados e gerou a criação de cinco spin-offs, entre elas a Apexzymes, que está incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp).

Dentro da Unicamp, o LABIOEN também contará com a Unidade E-Renova, um centro de pesquisa em energias renováveis credenciado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial como Unidade Embrapii. “Queremos que o LABIOEN seja um espaço atrativo para desenvolver pesquisas, visando a solução de problemas atuais, envolvendo universidades, empresas, poder público e sociedade civil”, comentou Moraes.

A coordenação do LABIOEN submeteu ainda um projeto à FAPESP que prevê a criação do Centro Paulista de Biogás e Bioprodutos (CP2B). Se aprovada a proposta, a Unicamp poderá receber até 20 milhões de reais, somando a contrapartida de empresas, para investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação a partir do LABIOEN.

As empresas e instituições interessadas em firmar parceria com o Laboratório de Bioenergia da Unicamp podem entrar em contato com a Agência de Inovação da Universidade. “Temos um setor especializado que oferece suporte tanto aos professores e alunos que estão envolvidos na pesquisa quanto às empresas interessadas em firmar convênios com a Unicamp”, explicou Ana Frattini, diretora-executiva da Inova Unicamp.