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Fabrício Oliveira | 27/02/2024
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A indústria automotiva está diante de uma transformação radical com a ascensão dos carros autônomos
A indústria automotiva está diante de uma transformação radical com a ascensão dos carros autônomos. O assunto, que há décadas parecia distante do nosso dia a dia, tem ganhado cada vez mais tons de realidade tanto para consumidores quanto para toda a cadeia de empresas que está envolvida no desenvolvimento de projetos desse tipo. Esses veículos, impulsionados por tecnologias avançadas de inteligência artificial e sensores, devem revolucionar a mobilidade em um futuro próximo. Parte da promessa dessa revolução é a oferta de maior segurança, eficiência e conforto. Contudo, essa transição impõe desafios consideráveis que exigem atenção da indústria.
De acordo com a Associação norte-americana dos Fabricantes de Veículos Autônomos (AVIA), o mercado sairá dos US$20,5 bilhões em 2021 para quase US$63 bilhões em 2030. Grandes players estão investindo em pesquisas, como a BMW, que aportou 300 milhões de euros em um campo de teste na República Tcheca. Por aqui, a ZF tem desenvolvido pesquisas que culminaram em uma plataforma que faz a mediação do sistema operacional do veículo com aplicativos de software.
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É um salto enorme que vai impulsionar todo o setor e revolucionar a forma como entendemos a mobilidade, dos projetos de design aos conceitos de conforto durante a viagem. Por exemplo: hoje, quando pensamos em carros, visualizamos uma determinada disposição de bancos e vidros, que estão direcionados para a frente do automóvel. A partir dessa inovação, podemos considerar uma nova disposição dos assentos, de forma a facilitar a interação entre os passageiros. Isso alteraria não só a distribuição de telas dentro do carro, mas também o projeto dos cintos de segurança e dos airbags.
São muitos os detalhes que se alteram dentro da lógica de um carro autônomo e para os quais a indústria tem se preparado gradativamente. Um dos principais obstáculos enfrentados é o desenvolvimento de tecnologias robustas o suficiente para garantir a segurança dos passageiros e dos demais usuários das vias de trânsito. Embora os carros autônomos tenham demonstrado capacidades impressionantes em termos de navegação e detecção de obstáculos, persistem dúvidas sobre como esses veículos lidam com situações imprevisíveis e complexas no tráfego real.
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A questão da responsabilidade também é uma preocupação central. Em caso de acidente envolvendo um carro autônomo, questões sobre quem seria responsabilizado - o fabricante do veículo, o desenvolvedor do software de direção autônoma ou até mesmo o próprio passageiro - carecem de respostas claras. Estabelecer diretrizes regulatórias sólidas é crucial para proporcionar um ambiente legalmente seguro para a implementação em massa dos carros autônomos.
Há também uma reflexão sobre a infraestrutura necessária para suportar carros autônomos. Isso inclui desde sistemas de comunicação veículo-veículo e veículo-infraestrutura até atualizações nas estradas e sinalização. Sem uma infraestrutura adequada, os benefícios dos carros autônomos podem ser limitados e sua integração na sociedade dificultada. Isso também passa por regulamentações legais e adaptações nos códigos de trânsito de cada localidade.
Como eu sempre digo, toda inovação traz desafios que nos levam a refletir e a melhorar os projetos e a tecnologia que dá suporte a eles. O potencial dos carros autônomos para transformar a indústria automotiva, a mobilidade urbana e a sociedade é inegável, em especial quando pensamos na sustentabilidade, com a redução de emissões de carbono e de fatores como a poluição sonora.
O futuro está à nossa porta. Para avançarmos é preciso uma abordagem colaborativa entre fabricantes de automóveis, empresas de tecnologia, governos e partes interessadas para superar esses obstáculos e realizar o sonho de um futuro com transporte autônomo seguro, eficiente e acessível para todos.
*Imagem de capa: Depositphotos
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Fabrício Oliveira
Fabrício Oliveira é CEO da Vockan. Com mais de 15 anos de carreira na QAD, o executivo foi responsável pela implementação de diversos projetos de ERP, contribuindo na reestruturação da área de serviços e na utilização de ferramentas de usabilidade global. Como Head de Operações, liderou os times de Vendas, Suporte e R&D no Brasil.
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