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A IAUDIT, uma renomada empresa com mais de 22 anos de experiência no setor de canal de denúncias, auditorias e compliance, conduziu uma pesquisa abrangente no período de 2019 a 2022, focada nos canais de denúncias nas empresas. Os resultados revelam uma preocupante tendência em 2022, com aproximadamente 48% das denúncias registradas relacionadas a questões como assédio moral, abuso de poder e comportamento antiético no ambiente de trabalho.
Além disso, o estudo apontou que 3,14% dos relatos tratavam de assédio sexual, enquanto 23,69% envolviam diversos desvios de conduta, reclamações e assuntos relacionados a Recursos Humanos. Também foram destacados casos de conflito de interesses e favorecimentos, representando 5,76% das denúncias. Outras motivações relevantes incluem preocupações com saúde e segurança no trabalho (5,67%), discriminação (2,88%), corrupção e vantagens indevidas (2,62%), violação de políticas internas (2,57%) e casos de roubo, furto e outros desvios (1,61%). Esses resultados ressaltam a importância contínua da ética e da conformidade nas organizações modernas.
“Para a elaboração da pesquisa, foram analisadas cerca de 5,7 mil denúncias entre 2019 e 2022, levando em conta categorias como setores, variação entre os anos e, principalmente, motivações para as denúncias”, explica, Suzana Alves, especialista em canal de denúncias do Grupo IAUDIT.
As causas menos relatadas nas denúncias dentro de empresas são: meio ambiente (1,13%), confidencialidade e proteção de dados (0,96%), desvios de fornecedores ou prestadores de serviços (0,92%), álcool, drogas e armas de fogo (0,65%) e descumprimento de legislações (0,13%).
Durante a apuração feita das denúncias em 2022, cerca de 38,33% eram procedentes ou parcialmente procedentes, enquanto 37,29% foram constatadas como improcedentes. Outro dado interessante é que cerca de 14,16% não eram relativas a função do canal de denúncias.
Em todas as áreas, as denúncias de assédio estão presentes em sua maioria. Somando o percentual total de denúncias de assédio moral e assédio sexual, cerca de 51,3% envolvem essa questão ainda presente no ambiente corporativo.
Vale ressaltar que a estatística de assédio envolve tanto o moral, quanto psicológico, abusos de poder, desvios de comportamento e agressão física, enquanto o segundo dado foca somente em assédio sexual.
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Recentemente, foi sancionada a Lei 14.457/22, a qual institui o Programa Emprega + Mulheres e altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), definindo que as empresas que possuem Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA) precisam implementar um canal de denúncias para registro de ocorrências, com a necessidade de acompanhamento e apuração dos fatos.
Na pesquisa feita pela IAUDIT, comparando 2021 e 2022, as informações sobre assédio sexual aumentaram em cerca de 81%, sendo que em 2021, 1,73% das denúncias envolviam essa questão e em 2022, o percentual foi de 3,14%. Esse dado mostra como a “segurança de relatar”, quando isso ocorre, estimula a realização das denúncias e busca por apoio.
“Disponibilizar um canal para mulheres que estejam passando por situações de violência ou discriminação é uma importante iniciativa de apoio. Desta forma, elas se sentirão acolhidas e, isso pode, inclusive, garantir sua integridade física e psicológica”, afirma Alves.
Com um recorte das informações por setor, é possível compreender quais as principais denúncias de cada segmento e como elas foram feitas. No agronegócio, por exemplo, mais de 75% dos relatos entre 2019 e 2022 foram feitos pelo 0800. Já na área de T.I, cerca de 76% das denúncias são via portal ou site.
“Cada setor tem as principais causas para denúncias, porém, se destacam os relatos sobre assédio, reclamação e assuntos de Recursos Humanos, saúde e segurança do trabalho, além de conflitos de interesse ou favorecimentos”, afirma a especialista em canal de denúncias.
Vale ressaltar que em 2022, cerca de 77% das denúncias foram anônimas, demonstrando que a maior parte do público que utiliza a ferramenta se sente mais seguro em permanecer sem se identificar.
*Imagem de capa: Depositphotos
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