Descarbonização na indústria exige soluções eficientes

Descarbonização na indústria demanda busca maior por eficiência energética, avalia diretor da Engie

Acelerar a transição para um mundo neutro em carbono, por meio da redução do consumo de energia e de soluções mais eficientes, é o propósito da Engie quando o assunto é sustentabilidade. A empresa vê um grande potencial de descarbonização na indústria e investe no uso de fontes consolidadas de energias renováveis e em alternativas que ainda estão em desenvolvimento, como o hidrogênio.

Segundo Gil Maranhão, diretor de Comunicação e Responsabilidade Social Corporativa, a diversidade de fontes limpas, como hídrica, eólica, biomassa e solar, coloca a Engie em posição de liderança no movimento de transformação do setor.

“No Brasil, estamos em vias de nos tornar 100% renováveis na geração de energia elétrica”, destaca.

Além do uso de fontes renováveis, outra medida importante para a descarbonização desse segmento é a busca por maior eficiência energética no processo produtivo. Para isso, a Engie atua por meio substituição de equipamentos por soluções mais modernas e eficientes ou via geração própria, com sistemas de autoprodução solar, biogás ou biomassa. De acordo com Maranhão, os recursos e projetos disponíveis para essa finalidade permitem que as empresas iniciem a sua transição energética sem a necessidade de investimento inicial em infraestrutura de energia, reduzindo o consumo em até 30%.

O executivo participou de painel sobre transição energética no encontro Estratégia da Indústria para uma Economia de Baixo Carbono, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na entrevista a seguir, ele explica como a empresa está atuando para alcançar as metas de sustentabilidade.

Agência de Notícias da Indústria - Como as mudanças climáticas impactam os negócios da Engie? 


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Gil Maranhão - O propósito da Engie é acelerar a transição para um mundo neutro em carbono, por meio do consumo reduzido de energia e de soluções mais sustentáveis e eficientes. No Brasil, enxergamos um potencial enorme de descarbonizar, por exemplo, o setor industrial, que hoje é responsável por 20% das emissões de CO2 no país. 

Como líder mundial em energia de baixo carbono, oferecemos soluções energéticas adaptadas para este tipo de cliente, ajudando a fazer a transição para a neutralidade de carbono. Atuamos em parceria com empresas para identificar a solução energética mais adequada às suas necessidades e aos seus objetivos, desde a aquisição direta, no Mercado Livre de Energia, até substituição por equipamentos mais modernos e eficientes ou geração própria, via sistemas de autoprodução solar, biogás ou biomassa. 

Temos recursos destinados para investir em soluções de eficiência energéticas nas empresas pelos próximos cinco anos, além de projetos de parcerias público-privadas (PPPs) de iluminação pública e gestão e monitoramento do consumo de energia e instalação e manutenção de outras utilidades (refrigeração, aquecimento, entre outros). Isso permite que as empresas iniciem a sua transição energética sem a necessidade de investimento inicial em infraestrutura de energia, reduzindo seu consumo de 10% a 30%. A Engie se responsabiliza por todas as etapas para implementação e operação da solução e o cliente paga uma mensalidade para usufruir destes benefícios. 

Agência de Notícias da Indústria - De que maneira sua empresa vem se preparando para uma economia de baixo carbono? 

Gil Maranhão - A Engie tem um amplo leque de opções de energias renováveis, como hídrica, eólica, biomassa e geração solar distribuída e centralizada que nos colocam em papel de liderança no movimento de transformação do setor. Assumimos globalmente o compromisso de atingir o Net Zero Carbon até 2045, em relação a todas as nossas emissões diretas e indiretas. Nos comprometemos, também, a sair completamente do carvão até 2027 e projetamos ampliar a nossa capacidade global de geração de energia renovável dos atuais 31 GW para 80 GW até 2030. No Brasil, estamos em vias de nos tornar 100% renováveis na geração de energia elétrica. 

Para atender tais metas, nossas opções são as fontes renováveis já consolidadas, como hidrelétrica, eólica e solar em terra e offshore, além de novos investimentos em geração de energia a partir de hidrogênio, que assumiu um papel importante no processo de descarbonização. Planejamos ainda ajudar nossos clientes a evitarem a emissão de 45 milhões de toneladas equivalentes de CO2 por ano até 2030 em suas operações, priorizando as fontes renováveis. 

Além disso, a Engie desenvolveu uma metodologia exclusiva para calcular a descarbonização de atividades dos setores público e privado.

Agência de Notícias da Indústria - Como sua empresa avalia a condução desse tema pelo Brasil e pela comunidade internacional?

Gil Maranhão - Os países estão em busca das melhores formas de atender aos seus compromissos de descarbonização advindos do Acordo de Paris e atualizados na COP26, em Glasgow, em novembro de 2021, e como adaptar as suas cadeias de valor para uma economia de baixo carbono sem gerar desequilíbrios e assimetrias.

Porém, a guerra na Ucrânia, a situação econômica adversa pela qual passam várias economias, e adversidades climáticas na Europa, impõem novas variáveis e incertezas no atingimento dessas metas nos cronogramas propostos. Isso gerará impactos nas empresas.

Imagem de capa: Depositphotos