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A Guararapes, uma das maiores indústrias de painéis de MDF e compensados da América Latina, captou R$ 475 milhões em empréstimos verdes (Green Loans), por meio da modalidade Nota de Crédito à Exportação (NCE), atrelados totalmente a ações sustentáveis comprovadas e certificadas. O crédito será usado na expansão da empresa, que tem planos de investir R$ 2 bilhões até 2023. O montante desta operação será utilizado na obtenção de ativos florestais próprios, possíveis oportunidades de aquisições de players do segmento e na nova linha de produção localizada em Caçador, Santa Catarina.
Os créditos, neste formato pioneiro que ainda não é usual no setor, foram negociados individualmente junto a três instituições financeiras: Itaú BBA (R$250 milhões), Citi (R$125 milhões) e Bradesco (R$100 milhões), somando o aporte de quase meio bilhão de reais. A operação atrelada a ações de sustentabilidade em toda a cadeia de atuação da Guararapes foi moldada primeiramente pelo Itaú BBA, e serviu de modelo para as outras instituições financeiras, que atuaram de forma independente na concessão de cada financiamento. No caso do Citi, o financiamento faz parte da Estratégia de Progresso Sustentável da instituição. Para esta negociação, os bancos se ampararam fortemente em aspectos ligados diretamente a práticas ESG (Environmental, Social and Governance).
Um deles é a certificação internacional FSC® – Forest Stewardship Council®, que atesta que a madeira utilizada na fabricação dos produtos é proveniente de florestas manejadas de forma ambientalmente adequada. Um dos condicionantes mostra o aspecto ambiental totalmente ligado à concessão do crédito: caso a indústria não mantenha esta certificação internacional ao longo da amortização do crédito, o montante total será debitado de imediato, cancelando o parcelamento acordado de até sete anos.
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Outro aspecto avaliado pelas instituições financeiras é o fato do Comitê ESG da companhia ser ligado diretamente ao Conselho de Administração. Somente o Comitê de Auditoria também está nesse patamar na estrutura da Guararapes. “Fizemos questão de colocar o Comitê ESG nesse nível de autonomia e independência, pois o nosso principal foco neste momento é a ampliação da empresa pautada nas práticas ambiental, social e de governança corporativa”, destaca o CEO Ricardo Pedroso.
Esse “selo verde” com atitudes observadas na prática da companhia permitiu à Guararapes captar o empréstimo em condições bastante favoráveis: Itaú BBA (CDI+1,90%, 7 anos, sendo 1 de carência), Bradesco (CDI+1,70%, 7 anos, sendo 1 de carência) e Citi (CDI+1,70%, 5 anos, sendo 1 de carência).
A modalidade de Nota de Crédito à Exportação permite o financiamento à produção de bens e serviços destinados à exportação, bem como as atividades de apoio e complementação da cadeia produtiva que sejam fundamentais à realização de uma exportação. Uma das vantagens da NCE, comparada a outras captações, refere-se à não incidência de tributos, mediante a comprovação da performance de exportação.
Como parte integrante do total de investimentos de R$ 2 bilhões no próximo biênio, este crédito que acaba de ser obtido será utilizado basicamente em 3 vertentes:
Atualmente, o abastecimento de madeira vem de áreas próprias da família controladora da Guararapes ou de terceiros. Com o empréstimo, a empresa pretende formar a sua própria base florestal, produzida de forma ecologicamente correta.
Com a atual necessidade de investimentos massivos neste segmento em expansão no Brasil, a Guararapes também utilizará os recursos para possíveis oportunidades de fusões e/ou aquisições, dando continuidade ao movimento de crescimento dos últimos anos.
Além disto, a planta industrial em Caçador (SC) está recebendo um aporte R$ 800 milhões para a nova linha de produção já em construção, que ampliará a capacidade instalada em mais 90%, chegando à capacidade nominal de 1,140 milhão m³ / ano em painéis de MDF em 2022.
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