BHP planeja investir ainda mais na produção de níquel e cobre

O novo diretor-presidente da BHP tem um plano para prosperar no mercado que acelera medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa: dobrar a aposta em matérias-primas que foram fundamentais nos quase 170 anos de história da empresa.

A maior mineradora do mundo, com raízes em uma descoberta de estanho do século XIX, planeja produzir mais cobre e níquel para atender à crescente demanda por energia renovável e veículos elétricos.

Mas a empresa ainda vê continuidade das principais minas de carvão e poços de petróleo, segundo o CEO Mike Henry, que sinalizou que seu mandato não começará com uma transformação radical.

“Já produzimos alguns dos produtos que serão essenciais com a transição do mundo para uma economia de baixo carbono e que continuarão a prosperar em um mundo descarbonizado”, disse Henry, que assumiu o cargo no mês passado. “Ainda precisamos criar mais opções em commodities voltadas para o futuro”, afirmou a repórteres na terça-feira.

Juntamente com cobre e níquel, o potássio é considerado pela BHP como outra importante commodity do futuro, e a mineradora está em vias de obter aprovação do conselho no próximo ano para investir até US$ 5,7 bilhões na primeira etapa de seu projeto na mina Jansen, no Canadá, disse Henry.

Somente no segmento de baterias, a demanda por níquel aumentará 16 vezes e por cobre cerca de 10 vezes até 2030, de acordo com a BloombergNEF.

Os metais básicos também são essenciais para turbinas eólicas e energia solar. O potássio, usado como fertilizante, também mostra potencial para ganhos em meio à demanda por alimentos para populações crescentes em áreas agrícolas cada vez menores.

A BHP também pretende acelerar as iniciativas para reduzir suas emissões de carbono, disse Henry em entrevista à TV Bloomberg, e estabelecerá novas metas ainda este ano. “Faremos mais nessa área”, incluindo o estabelecimento de objetivos para combater as emissões de clientes, disse.


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A BHP continua aberta à saída de ativos de carvão térmico na Austrália e na Colômbia, disse Henry, embora analistas considerem difícil extrair valor suficiente de um grupo cada vez menor de compradores.

Apesar do foco em possíveis fontes futuras de crescimento da demanda, o minério de ferro ainda é o motor dos lucros atuais, respondendo por cerca de 47% da receita no segundo semestre de 2019, acima dos 36% no mesmo período do ano anterior.


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