Indústria moveleira projeta crescimento de até 20% na produção em 2020 no Mato Grosso do Sul

O segmento conta com 372 estabelecimentos industriais que empregam 2.702 trabalhadores

A indústria moveleira de Mato Grosso do Sul projeta um crescimento de até 20% no valor bruto da produção (VBP) para 2020.  Caso a projeção se confirme, o setor passaria de R$ 205,5 milhões em 2019 para R$ 246,6 milhões. A estimativa é do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Móveis em Geral, Marcenarias, Carpintarias, Serrarias, Tanoarias, Madeiras Compensadas e Laminadas, Aglomerados e Chapas de Fibras de Madeiras, de Cortinados e Estofados de Mato Grosso do Sul (Sindmad/MS).

De acordo com o presidente do Sindmad/MS, Antônio Carlos Nabuco Caldas, diz que nos últimos anos o segmento moveleiro de Mato Grosso do Sul passou por dificuldades, com estagnação nos últimos três anos. “Muitas empresas, se não demitiram funcionários, trabalharam com seu quadro bastante ocioso. Esse foi meu caso como empresário. Não demiti quase ninguém em 2019, mas tivemos dias em que a marcenaria praticamente não trabalhou, porque não tinha pedidos. A partir de dezembro, vimos um movimento grande e expectativa é boa. É por isso que projetamos um crescimento grande. São 20% de aumento, mas em um segmento que só vinha caindo”, detalhou.

Levantamento do Radar Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems) aponta que a indústria moveleira do Estado conta com 372 estabelecimentos industriais, que juntos empregam 2.702 trabalhadores. O salário médio do segmento é de R$ 1.488,00, o que representa uma massa salarial de R$ 48,2 milhões e a indústria moveleira representa 0,6% do valor bruto do setor industrial sul-mato-grossense.

O desafio para o segmento é estruturar melhor a indústria moveleira em Mato Grosso do Sul. “O que mais temos são pequenas marcenarias, que muitas vezes atuam na informalidade. Então o grande desafio do sindicato é fortalecer o associativismo para unir o segmento e poder fazer esses levantamentos de forma mais precisa e até conhecer melhor as dificuldades dos empresários para termos mais força na hora de apresentar nossas demandas para o setor público”, disse o presidente do Sindmad, Antônio Carlos Nabuco Caldas.


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O representante do setor diz que a indústria moveleira está bastante atrelada ao segmento da construção civil, que projeta crescimento de mais 2% para este ano. “Até ano passado a economia ainda estava estagnada e as marcenarias ficaram bem ociosas. Agora, com uma boa expectativa da construção civil, acreditamos que a nossa produção deve aumentar consideravelmente porque, geralmente, quem investe em imóveis acaba investindo em móveis para mobiliar esses imóveis também”, contextualizou Caldas.  

Construção civil

Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam crescimento na casa de 3% para o setor, onde se prevê a criação de 150 a 200 mil novas vagas de trabalho até o final do ano. Em Mato Grosso do Sul, o setor da construção civil estima crescimento próximo ao nacional e criação de mais de 5 mil empregos.

O presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), Amarildo Miranda Melo, prevê crescimento de 2,7% no Estado. “Acreditamos que os setores público e privado investirão este ano. Se o cenário continuar igual, MS deve crescer 2,7%. Estamos otimistas principalmente por causa das reformas já aprovadas, Trabalhista e Previdenciária e das que ainda serão aprovadas como a Tributária e Administrativa. Acredito que com isso teremos um crescimento sustentável”, explicou.

Ele afirma que no ano passado o setor criou 2 mil vagas em MS.  “Foi um ano para esquecer, mas neste ano vamos mais que dobrar o número de empregos”, disse Melo. 

Para o presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul), Adão Castilho, o ano será de crescimento e o setor da construção deve gerar mais de 5 mil empregos diretos. “Nós, os pequenos construtores, representamos 40% da cadeia da construção civil aqui no Estado. Tenho certeza que depois de ensaiar nos últimos anos, em 2020 vamos decolar. O cenário no País está favorável, no Brasil serão geradas de 150 a 200 mil empregos e aqui em MS teremos pelo menos 5 mil empregos diretos”. 


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