Rota 2030: conselho gestor elege instituições para gerenciar projetos prioritários das autopeças

Programas receberão recursos que antes eram destinados ao pagamento de imposto de importação de ex-tarifários

O Conselho Gestor do Rota 2030 selecionou as cinco instituições que irão receber os recursos previstos pelo Regime de Autopeças Não Produzidas e que são provenientes do que antes era destinado ao pagamento do imposto de importação especial de 2% cobrado sobre componentes sem produção nacional no regime de ex-tarifários. Conforme previsto na nova política industrial, agora esses recursos deverão ser destinados a essas instituições, que deverão direcioná-los aos programas e projetos prioritários (PPPs) dedicados à cadeia brasileira de autopeças.

As empresas e instituições indicadas ainda não foram confirmadas: a expectativa é de que a portaria que confirme o credenciamento de cada uma delas deva ser publicada ainda esta semana, segundo uma fonte da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação (SDIC, antigo MDIC, e integrada ao Ministério da Economia).

Instituições selecionadas

Os projetos prioritários vão trabalhar em cinco âmbitos da indústria de autopeças: para coordenar o primeiro deles, o programa Alavancagem de Alianças para o Setor Automotivo (A3), o conselho escolheu o Senai, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, cuja proposta apresentada prevê uma metodologia baseada no desenvolvimento de competências com capacitação de gestores, prática e prova de conceitos para produtividade. Entre os objetivos, a instituição prevê desmitificar a aplicação de conceitos de produtividade e digitalização (internet das coisas em nível industrial) e indústria 4.0 para as empresas fornecedoras do setor automotivo.

A Embrapii, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, também é uma das entidades que apresentou propostas ao Conselho Gestor dos PPPs e foi escolhida para gerir o Programa P&D para Mobilidade e Logística, com o objetivo de apoiar e fortalecer as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação do segmento. A instituição já possui amplo trabalho junto às empresas do setor voltado ao desenvolvimento de produtos.


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A coordenação pela Embrapii havia sido praticamente adiantada por seu diretor de planejamento e gestão, José Luis Gordon, ao participar do Simea, Simpósio da Engenharia Automotiva, realizado no último dia 22 de agosto em São Paulo.

Por sua vez, a Fundep, Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi indicada para coordenar dois programas: o de Ferramentaria, cuja proposta prevê habilitar competências e reestabelecer a competitividade das ferramentarias brasileiras e certificá-las como fornecedores globais de ferramentas de alto valor agregado e integradas à indústria 4.0, e o de Propulsão, Biocombustíveis e Segurança Veicular, que tem como base o desenvolvimento de tecnologias para cada uma dessas áreas.

No programa de financiamentos de inovação e pesquisa, a Finep, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, apresentou seu projeto ao Conselho Gestor visando apoio a projetos estratégicos de desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores da cadeia automotiva. Sua proposta envolve cinco linhas de atuação divididos em gestão operacional/financeira e assessoria do comitê técnico para os projetos de inovação de empresas que abrangem toda a cadeia, inclusive startups.