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De acordo com dados da Associação Nacional de Biossegurança, 100 mil pessoas morrem anualmente no país por contaminações contraídas em hospitais e clínicas onde foram buscar tratamento para outras doenças. Uma das inovações tecnológicas criada há 10 anos está ajudando a reverter esse quadro. A tinta antimicrobiana oferece um mecanismo promissor para combater a presença de um amplo espectro de micróbios, incluindo bactérias, mofo, fungos e até mesmo vírus.
Em 2019, um grupo de pesquisadores americanos do Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos, criou esse revestimento em nanoescala, que erradica a MRSA (Methicillin Resistant Staphylococcus aureus), a chamada superbactéria.
Durante os testes, 100% da MRSA em solução morreram dentro de 20 minutos em contato com uma superfície pintada com tinta látex misturada com o nanorrevestimento.
Segundo os pesquisadores, a tinta pode ser aplicada em instrumentos cirúrgicos, móveis e até mesmo nas paredes dos hospitais.
Segredo da tinta antimicrobiana
Os cientistas explicam que o segredo da tinta antimicrobiana está na mistura de nanotubos de carbono com a lisostafina, uma enzima natural utilizada por cepas não-patogênicas de bactérias Staph para se defender contra a Staphylococcus aureus, incluindo a MRSA.
A enzima é ligada aos nanotubos de carbono por uma cadeia de polímero flexível, aumentando a sua capacidade de atingir as bactérias MRSA. O compósito nanotubo-enzima resultante pode ser misturado em qualquer acabamento de superfície. Nos testes, ele foi misturado com tinta látex comum, usada para pintar paredes.
Ao contrário dos demais revestimentos antimicrobianos, a cobertura age de forma tóxica somente para a MRSA, não depende de antibióticos e não libera substâncias químicas no ambiente ao longo do tempo.
As bactérias mortas também não entopem o sistema, que continua ativo, podendo ser lavado várias vezes sem perder a eficiência. “A lisostafina é muito seletiva, não funcionando contra outras bactérias e não sendo tóxica para as células humanas. Nós passamos um bom tempo demonstrando que a enzima não sai da tinta durante os experimentos”, diz Dordick.
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A BioCote produz tintas antimicrobianas que são vendidas comercialmente, oferecendo um mecanismo promissor para combater as superbactérias. O mais interessante é que as mesmas substâncias químicas presentes em produtos antibacterianos usados na limpeza de hospitais e equipamentos médicos são conhecidos por promover as cepas antibacterianas, matando bactérias boas e ruins da mesma forma.
Portanto, foi comprovada a eficácia e a segurança da tinta antimicrobiana em hospitais e clínicas, sendo uma ferramenta a mais no controle de doenças, mesmo as causadas pelas superbactérias.
Nota orienta sobre comércio de tintas com ação saneante
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou recentemente a Nota Técnica n. 9, com o seu posicionamento sobre a comercialização de tintas com ação saneante, ou seja, com ação antimicrobiana, inseticida ou repelente.
No texto, a agência explica os requisitos necessários relacionados ao comércio desses produtos, utilizados para auxiliar no combate a mosquitos transmissores de doenças como dengue, zika, chikungunya e malária.
As orientações são destinadas a fabricantes e interessados em adquirir essas tintas, principalmente as de uso profissional ou que possuem venda restrita. Atualmente, o tema está em discussão do problema regulatório, fase em que são estudadas as alternativas para enfrentamento da questão.
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