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O Brasil recicla uma média de 25% do plástico pós-consumo, na maior parte embalagens. Essa marca coloca o país entre os 10 países que mais reciclam no mundo. O plástico reciclado oferece uma redução de 78% no consumo de energia comparado a um polímero virgem. Com a melhoria tecnológica dos recicladores, o polímero reciclado, cada vez mais, apresenta vantagens e eficiência para diversos tipos de indústrias. Há mais de 20 anos, a indústria de Geossintéticos utiliza o PET reciclado para fabricação de geotêxteis. Quando se trata garrafas PET, por exemplo, as vantagens do reciclado são ainda maiores. Isso porque se trata de um polímero nobre que permite uma reciclagem eficiente com pouca perda das características do material.
Além disso, como a garrafa é o primeiro uso de um polímero, o PET reciclado de garrafa é a primeira reciclagem do produto, o que garante uma qualidade de reciclado mais estável. Isso é fundamental para o processo de fabricação da fibra e filamentos dos geotêxteis, que muitas vezes são usados em aplicações de longa duração. Estudos que exumaram produtos geotêxteis provenientes de reciclagem para fins de pesquisa mostraram que o geotêxtil permanece com suas propriedades inalteradas depois de 20 anos de uso.
O processo é simples, mas depende de rigores técnicos em cada uma das principais etapas: primeiro os fardos de garrafa PET provenientes do consumo são recebidos, passam por um processo de seleção e separação de contaminantes, em seguida, são encaminhadas para lavagem, descontaminação e moagem, se transformando nos “flakes” (plástico triturado e descontaminado na forma de flocos). Na sequencia, vem o processo de fabricação da fibra de poliéster propriamente dito, na qual os flakes são alimentados em uma máquina e fundidos por aquecimento, transformando-os em filamentos muito finos, que são estirados, frisados, cortados em fibras e enfardados.
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Além dos geotêxteis, os polímeros reciclados podem ser utilizados na fabricação de núcleos de drenos verticais, mantas de controle de erosão temporária, alguns tipos de tubo drenos e de geocompostos drenantes. A reciclagem do PET no Brasil é uma das mais avançadas no mundo, reciclando 274 mil tons, aproximadamente 51% do PET consumido. O setor de nãotecidos utiliza cerca 12,7% desse volume, 35 mil tons/ano. Segundo Demetrius Guimaraes, membro do CTG – Comitê Técnico de Geossintéticos da ABINT (Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos), o gargalo para a indústria de reciclagem crescer no país é a falta de coleta das embalagens. “Trata-se de uma atividade com reais possibilidades desse crescimento”, afirma Guimarães.
Garantia de qualidade
Não importando se são feitos de resina virgem ou reciclada, a qualidade da aplicação de geossintéticos é garantida a partir de normas.
Em maio de 2013, foi publicada a Norma ABNT ISO 10320, sobre os geotêxteis e produtos correlatos e sua identificação na obra. Essa norma exige parâmetros mínimos de identificação para que um geossintético possa ser comercializado no mercado. “Um dos trabalhos do CTG é difundir a aplicação dessa norma para que projetistas, compradores, engenheiros e a fiscalização possam controlar o material que é usado, além de sua instalação adequada, garantindo assim a eficácia do projeto, além das empresas participarem ativamente na construção de novas normas de regulamentação”, conta Guimarães.
No intuito de garantir a plena qualidade dos produtos aplicados, o CTG-ABINT desenvolveu a Cartilha “Recomendações sobre o Uso de Geotêxteis em Obras”, recomendações que visam auxiliar o mercado a bem especificar, comprar, receber e fiscalizar a aplicação dos geotêxteis nas obras, de forma correta, com base nas normas existentes e na experiência de uso e sucesso de mais de 40 anos no Brasil.
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