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Pela primeira vez no mundo, uma aeronave em fim de vida foi totalmente reciclada e transformada em matéria-prima para novos jatos comerciais. O marco foi apresentado durante o 55º Paris Air Show, em junho de 2025, pela Constellium – multinacional suíço-francesa especializada em produtos laminados de alumínio. A façanha, realizada em parceria com a Airbus e a Tarmac Aerosave, representa um avanço fundamental rumo à economia circular na aviação.
O grande destaque foi a revelação do primeiro lingote aeroespacial feito 100% com alumínio reciclado de aviões desativados. Segundo a Constellium, o material atende às exigentes especificações mecânicas e metalúrgicas da indústria e poderá ser usado na produção de aeronaves de nova geração. "Trata-se de uma prova de conceito do mundo real. Mostramos que é possível reintegrar ligas complexas à cadeia aeroespacial sem comprometer desempenho ou segurança", declarou Philippe Hoffmann, presidente da unidade de negócios aeroespacial da companhia.
A matéria-prima foi fornecida pela Tarmac Aerosave, referência global no desmantelamento ecológico de aeronaves e motores. Com uma taxa de reciclagem superior a 92%, a empresa lidera operações sustentáveis no setor. “Fechamos o ciclo. Hoje, a circularidade dos materiais aeronáuticos já é uma realidade operacional”, afirmou Alexandre Brun, CEO da Tarmac.
Além do lingote reciclado, a Constellium apresentou seu sistema airware – uma liga alumínio-lítio que alia leveza, resistência à corrosão e redução de peso, contribuindo diretamente para menor consumo de combustível e emissões. Também esteve em destaque o programa Wing of the Future, voltado ao desenvolvimento de asas leves e eficientes.
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Com a participação também da ValoER e o apoio da Airbus, o projeto reforça a viabilidade técnica e ambiental da reciclagem de ligas metálicas avançadas, utilizando apenas 5% da energia necessária à produção original e reduzindo em 95% as emissões de CO₂. Um avanço concreto em um setor cada vez mais pressionado por metas globais de descarbonização.
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