Notícias
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem estudado mecanismos pelos quais plantas industriais poderiam ser pagas para reduzir o consumo de eletricidade em determinados momentos, como picos de carga ou instantes de falta de vento para produção de energia eólica, evitando o acionamento de termelétricas mais caras, disse nesta terça-feira um representante da instituição.
O mecanismo, que já existe em outros países e é conhecido como "resposta da demanda", pode entrar em testes ainda neste ano, disse o assessor da diretoria-geral do ONS, Marcelo Prais, ao participar de evento do setor elétrico promovido pela Thomson Reuters em São Paulo.
O assunto já tem sido discutido com indústrias intensivas no consumo de energia que fazem parte da associação Abrace, que tem como membros empresas como Braskem, Dow e Alcoa, entre outras.
"A ideia é a gente trabalhar na regulamentação, abrir uma audiência pública... a gente tem expectativa de que a partir do segundo semestre deste ano a gente já possa testar dois produtos como um projeto piloto, por um período aproximado de um ano", afirmou Prais.
Por trás do conceito está o elevado custo de operação de algumas termelétricas, como as movidas a óleo, que fazem com que possa valer mais a pena para o sistema como um todo pagar um valor menor para que um agente reduza a carga ao invés de acionar as térmicas.
A ideia inicial é testar a novidade com produtos que envolveriam ofertas de redução de consumo para o dia seguinte ("day-ahead") e para o dia em curso (intraday).
Por esse modelo, unidades industriais poderiam informar ao ONS em quanto aceitariam reduzir suas demandas para esses horizontes de tempo e a que preço, para que o operador defina se vale a pena aceitar as propostas e assim evitar o acionamento de termelétricas mais caras.
"A gente ainda está trabalhando nas possibilidades que existem para fazer esse tipo de declaração, (talvez) até mesmo um leilão", disse Prais.
Continua depois da publicidade |
"A ideia é que a gente possa comparar o nível geral de preços. A geração térmica real e a geração térmica virtual, que seria a oferta de redução de demanda dessas plantas", complementou.
Ele disse que o assunto tem sido estudado há algum tempo pelo ONS e que um bom resultado nos testes deverá fazer com que o tema seja regulamentado no próximo ano.
"A gente acredita fortemente no sucesso e na ampliação para os demais consumidores e para mais produtos. A expectativa que a gente tem no ONS é que em 2018, provavelmente a partir do segundo semestre, a gente já tenha isso regulamentado de forma definitiva e fazendo parte do mercado", apontou.
Prais explicou ainda que a medida seria benéfica também aos geradores térmicos, uma vez que reduziria a pressão sobre essas usinas.
Isso porque hoje muitas vezes térmicas precisam ser ligadas de maneira emergencial para atender picos de demanda ou compensar intermitências no vento, o que pode ser prejudicial a algumas usinas que não têm especificações técnicas adequadas para essa chamada "partida rápida".
Gostou? Então compartilhe:
Faça seu login
Ainda não é cadastrado?
Cadastre-se como Pessoa física ou Empresa