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A produção e as vendas de máquinas agrícolas tiveram em junho o melhor resultado de 2016, trazendo um pouco de otimismo ao setor. Dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicam que foram comercializadas 3.880 unidades em junho, 16,44% superior a maio. Na comparação ao mesmo mês de 2015, houve retração de 8%. Na produção, foram 4,2 mil unidades em junho, crescimento de 10,38% sobre o mês de maio e aumento de 26,8% em relação a junho de 2015.
O presidente Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Cláudio Bier, destaca que a alta no mês foi influenciada pelo preço das commodities. "A instabilidade política e econômica fez com que o agricultor segurasse os investimentos no semestre, em anos normais ele já teria comprado", constata Bier.
Apesar da melhora tímida e do segundo semestre ser historicamente melhor do que o primeiro, Bier acredita que os números não alcançarão os registrados no ano passado. Nada que gere pessimismo entre os fabricantes do setor, que comemoram cada pequena elevação, visto que o momento é de retração na economia brasileira.
A expectativa da indústria é que os recursos da principal linha - o Moderfrota - sejam suficientes. Para Bier, se o governo interino cumprir o que vem prometendo, o setor voltará a crescer. "O governo garantiu que não vai faltar crédito. Vamos confiar nisso para retomar os negócios com mais força", resume Bier.
A percepção de melhora é compartilhada por Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Ele acredita que os números de vendas em 2016 ficarão próximos aos de 2015 — 42.737 unidades, queda de 30% sobre 2014.
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"Acredito que haverá uma estabilização no setor e ano que vem os produtores devem voltar a comprar", prevê Bastos. Na contramão, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, espera queda em relação ao ano passado:
Ele estima queda de 15,5% nas vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias (incluindo retroescavadeiras) e de 16,4% na produção, que deve encerrar 2016 com 46,2 mil unidades fabricadas, contra 55.262 no ano passado. O setor terá muito trabalho pela frente, visto que até o momento a retração é superior a 30% na comercialização.
Retomada deve estimular novas vagas de trabalho
A redução nas vendas e na produção de máquinas agrícolas reflete diretamente no número de empregos. Nos primeiros cinco meses do ano, o saldo entre as admissões e demissões é negativo em 898 postos, conforme dados do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Embora seja um número expressivo, o resultado ainda é menor do que o mesmo período de 2015, quando foram 1.667 vagas fechadas no segmento. Após o crescimento registrado em 2013, de julho de 2014 a maio de 2016, foram encerrados 8.009 vagas.
Rodrigo Feix, economista e coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE, destaca que o ritmo das perdas de empregos vem diminuindo. Para ele, se as condições de crédito permitirem, novas vagas serão abertas.
"A indústria está próxima de ter feito todos os ajustes do quadro funcional e a tendência é de que no próximo semestre a abertura de vagas seja retomada", projeta Feix.
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