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A chinesa BYD já começou a montar chassis de ônibus elétricos em sua fábrica em Campinas (SP). A unidade foi erguida com investimento de R$ 250 milhões e contará ainda com centro de Pesquisa & Desenvolvimento. O cronograma da empresa prevê evolução do conteúdo nacional de seus produtos a partir do ano que vem até alcançar o índice de 80% a 85% em 2017, o que garantirá que os veículos da marca possam ser financiados pelo Finame.
A companhia trabalha no desenvolvimento de fornecedores locais e garante ter bons resultados. “Tem sido mais fácil do que imaginamos”, conta Adalberto Maluf, diretor de marketing e relações governamentais da BYD no Brasil. Ele reconhece que há alguns gargalos, entre eles a oferta de sistemas de tração, de cabos de média e alta voltagem, de células de bateria, além de controladores e inversores.
O executivo diz que o projeto da empresa para a fábrica brasileira de ônibus não foi abalado pela crise. “Há um grande potencial para ônibus elétricos nas grandes cidades. Fizemos um planejamento de 10 anos que leva isso em conta”, defende, lembrando da legislação de São Paulo (SP), que determina o fim do uso de combustíveis fósseis no transporte coletivo da cidade, iniciativa que deve puxar ações semelhantes no resto do País.
O executivo espera que a demanda por modelos elétricos, incluindo trólebus, chegue a 500 unidades já em 2016. A procura por híbridos deve somar de 100 a 200 chassis. Já em 2017, a BYD projeta que o número total chegue a 2 mil unidades. “Em 2020 acreditamos que 25% das vendas de ônibus no Brasil já serão de modelos elétricos e híbridos”, indica.
Ele assegura que há vantagens importantes. O custo do veículo é equivalente ou até 5% superior ao de um modelo a combustão com piso baixo. A bateria é oferecida financiada por Leasing. Maluf aponta que o valor pago na bateria é mais do que compensado pela redução dos custos com abastecimento. “O nosso ônibus elétrico tem consumo de energia 48% menor do que um trólebus”, calcula.
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Desafios
É claro que a evolução dos ônibus elétricos no Brasil não deve acontecer sem desafios. Maluf comemorou a redução do Imposto de Importação para veículos leves a tecnologia. “Isso é importante por abrir espaço para que um mercado seja criado no Brasil.” Ainda assim, ele lembra que o IPI continua elevado, em 25%, enquanto a alíquota para veículos flex é de apenas 7%.
No Estado de São Paulo os ônibus sustentáveis pagam ainda ICMS mais salgado, de 18%. A tarifa é de 12% para veículos movidos a diesel ou biodiesel. “O imposto não precisa ser zerado, mas achamos justo que ele seja inferior ao de ônibus mais poluentes”, enfatiza Maluf.
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