PIB só volta ao nível de 2013 no fim de 2019, diz economista

Para Alexandre Cabral, da NeoValue Investimentos, se medidas não forem aprovadas pelo congresso, "tudo isso vai virar uma bola de neve gigantesca".

A recessão brasileira vai ser tão intensa nos próximos anos que o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) do país só vai voltar ao patamar de 2013 em setembro de 2019. O cálculo é do economista da NeoValue Investimentos Alexandre Cabral. De acordo com ele, o tamanho da economia brasileira em 2013 era de R$ 5,513 trilhões, valor que só será alcançado em setembro de 2019.

Cabral usa como base as projeções do relatório Focus, do Banco Central, para fazer a sua projeção. Segundo o boletim, os analistas esperam uma recessão de 3,02% para este ano, e de 1,43% em 2016. Com esses resultados negativos, o PIB brasileiro deverá chegar ao fundo do poço no ano que vem, quando vai valer R$ 5,277 trilhões.

O crescimento, na avaliação dos analistas consultados pelo Focus, só virá a partir de 2017, quando o PIB deverá subir 1%. Para 2018 e 2019, os economistas esperam um avanço de 2%. Em agosto, a previsão era que a economia iria voltar ao patamar de 2013 em maio de 2018. Com o acirramento da crise política, porém, houve uma forte piora nas projeções para o crescimento - no fim de julho, por exemplo, a expectativa para o PIB de 2015 era de uma recessão de 1,80%, e de um ligeiro crescimento de 0,2% no ano que vem.

Nas últimas semanas, o governo sofreu duras derrotas políticas tanto no Tribunal das Contas da União (TCU) como no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que podem comprometer a continuidade do mandato da presidente Dilma Rousseff. Embora tenha feito uma reforma ministerial e aumentado a presença do PMDB na administração federal, o governo também continua sem conseguir unificar a sua base de apoio no Congresso Nacional. Como consequência, as medidas de ajuste fiscal estão paradas.

A equipe econômica já propôs a recriação da recriação da CPMF para fechar o rombo do Orçamento de 2016, mas não encontra apoio político para levar adiante a proposta. "O governo está lutando com o Congresso há semanas. O que mudou no Congresso nas últimas semanas? Nada. E isso está assustando o mercado. Os investimentos estão parados porque não se sabe o que vai acontecer", afirma Cabral. As projeções econômicas também pioraram depois da decisão da agência de classificação de risco Standard & Poors de retirar o grau de investimento da economia brasileira em setembro.


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"Se as medidas não forem aprovadas pelo Congresso, tudo isso vai virar uma bola de neve gigantesca", diz Cabral. O levantamento também contemplou o tamanho do PIB brasileiro medido em dólar. Nas contas do economista, por causa da forte desvalorização do real, o tamanho da economia do país será de US$ 1,368 trilhão em 2019 ante US$ 2,387 trilhões em 2013. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)