A Jaguar Land Rover, controlada pelo grupo indiano Tata, anunciou oficialmente ontem (5) um investimento de R$ 750 milhões no Rio de Janeiro, o maior da empresa para a instalação de uma fábrica própria fora do Reino Unido.
A unidade será montada no município de Itatiaia, a partir do ano que vem, e reforça a aposta do grupo no potencial do País para o segmento de luxo. Até outubro a empresa registrou crescimento no mercado brasileiro de 42% em relação ao ano passado, puxada sobretudo pelos veículos utilitário esportivos (SUV, na sigla em inglês).
"Vendemos mais que todos os nossos concorrentes somados", afirmou o diretor global para o desenvolvimento de novos projetos da companhia, Phil Hodkinson, em entrevista ao Estado. "Não investiríamos tanto dinheiro se não acreditássemos no potencial do País. E um mercado que ainda vai crescer muito." Segundo a empresa, a marca alcança 53% de participação neste segmento de luxo no mercado brasileiro, mas o grupo não se dá por satisfeito. Com a nova fábrica, a empresa produzirá 24 mil veículos por ano da marca Land Rover, a principal em vendas no País. Serão 400 empregos diretos, com possibilidade de dobrar a partir de 2020, quando planeja expandir os negócios no País. "Se não investirmos, perdemos este espaço", completou Hodkinson.
Emergentes
A avaliação tem por base a comparação com outros mercados emergentes, onde o grupo também monta as bases de sua expansão global. Na China, será inaugurada em 2015 uma fábrica em parceria com uma montadora local. Na índia, a empresa segue o mesmo modelo, com a planta já em produção. A fábrica brasileira será a única fora do Reino Unido totalmente controlada pelo grupo.
"Sabemos que, para mantermos o nosso negócio, precisamos ampliar o portfólio de produtos. Fazemos investimento de bilhões de libras por ano no desenvolvimento de novos projetos, e também para manter um sistema de produção global, para ampliar nossa presença. Os países escolhidos nos permitem alcançar nossas ambições", disse o executivo.
Os modelos que serão produzidos no Brasil não foram revelados. A nova fábrica contará com o apoio do polo automotivo do sul fluminense. Em contrapartida ao investimento, o governo do Rio cedeu o terreno onde será construída a planta. Também foram oferecidas facilidades no pagamento de IGMS, com uma carência proporcional ao investimento feito na implantação da fábrica.
Nos planos da companhia também está a expansão e a exportação dos veículos fabricados no País para outros países da América Latina. "Primeiro, temos de construir a fábrica, estabelecer as bases da cadeia de suprimentos, capacitar as pessoas e causar uma boa primeira impressão com os nossos produtos. Só então poderemos pensar em expansão", afirmou Phil Hodkinson.
Por Antonio Pita/ O Estado de S. Paulo