O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu 4,9 pontos e chegou a 49,9 pontos em julho, menor patamar desde abril de 2009, quando o Brasil enfrentava os efeitos da crise financeira internacional pós-quebra do banco americano Lehman Brothers, apontou a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O indicador varia de zero a cem pontos e leituras abaixo de 50 indicam pessimismo. Em junho, o indicador era de 54,8 pontos, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira. Em julho do ano passado, estava em 54,5 pontos. Sua média histórica é de 58,8 pontos. O índice de julho, portanto, está bem abaixo desse patamar.
“Há dois motivos para a queda da confiança em julho. O primeiro é a retomada da elevação dos juros e, o segundo, os protestos da população”, avaliou, em nota, o gerente executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
Apesar de os três setores que compõe a pesquisa terem registrado queda de confiança, apenas o de transformação está abaixo da linha dos 50 pontos. Esse ramo saiu de 54,1 pontos em junho para 49,2 pontos em julho.
Já o da indústria da construção passou de 55,2 pontos para 51,2 pontos entre este mês e o passado. A indústria extrativa por sua vez indicava 57,5 pontos em junho e agora aponta 52,3 pontos.
A pesquisa aponta também que os empresários do setor estão pessimistas quanto à economia brasileira nos próximos seis meses. O indicador saiu de 52,5 pontos em junho para 46,8 pontos em julho.
Quando a pergunta é sobre a situação atual da economia brasileira, o indicador atinge 34,1 pontos, ante 41,6 pontos em junho.
A série histórica do Icei vai até 2007, mas o levantamento passou a ser mensal a partir de 2010. De 2007 a 2009, a pesquisa era trimestral.
O levantamento foi feito entre 1º e 12 de julho com 2.475 empresas, das quais 874 são pequenas, 973 são médias e 628 são grandes.
Por Lucas Marchesini/ Valor Econômico