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Foco não é apenas a capacidade de manter a atenção numa tarefa. Trata-se também da capacidade de gerenciar as distrações e dizer não àquilo que não se relaciona com a sua prioridade.
A humanidade está vivendo a era da conectividade. Temos o mundo literalmente na palma mão, dentro dos nossos smartphones. Com um toque ou um breve comando verbal acessamos imediatamente qualquer tipo de conteúdo, desde aqueles que atendem nossas necessidades conscientes, até aqueles que se originam das necessidades que nós ainda nem sabemos possuir.
Os gigantes e da internet e do marketing digital investem pesadamente em mecanismos e estratégias que tem o objetivo exclusivo de nos manter conectados o máximo de tempo possível. Nossa atenção tem sido disputada a peso de ouro e com isso, estamos constantemente expostos a uma quantidade avassaladora de informações e estímulos. A economia da atenção nos deixa tão distraídos, que a nossa capacidade fundamental de experimentar o momento presente tem ficado cada vez mais fragilizada.
Você já deve ter se observado em um momento em que estava fazendo algo importante, mas sem perceber acabou pegando o celular para dar uma olhadinha nas suas redes socias. Ou seja, estamos o tempo todo interrompendo nosso próprio foco, que tem diminuído consideravelmente com o passar do tempo.
De acordo Larry Rosen, professor da Universidade Estadual da Califórnia e pesquisador da chamada "psicologia da tecnologia", a capacidade média de concentração dos participantes de suas pesquisas é de apenas 3 a 5 minutos. Depois disso, eles se distraem, sem conseguir concluir suas tarefas.
Sempre que eu falo de foco, nos treinamentos, nas aulas e até mesmo nas conversas de coaching, utilizo a metáfora de uma luneta.
Quando você olha para o céu, numa noite estrelada, você vê uma imagem linda, ampla e cheia de belíssimos pontos iluminados. Pode até se sentir desorientado na escolha de qual direção olhar, ou não saber para qual constelação olhar primeiro.
Agora, quando olha para o céu usando uma luneta, você reduz o campo de visão e já não pode mais enxergar a miríade de estrelas e constelações. Contudo, você ganha em clareza, nitidez e riqueza de detalhes acerca do “pedaço” que escolheu observar, pois a função da luneta é produzir o aumento e a qualificação da sua visão. A luneta canaliza seu olhar, seu tempo, sua atenção e sua energia para aquilo que você escolheu.
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Isso é foco. A capacidade de atingir um objetivo, manter uma prioridade, sem se distrair ou se desviar do caminho. É uma competência que nos permite direcionar nossos esforços a objetivos específicos, mantendo a visão nítida daquilo que realmente desejamos.
Desta forma, ter foco não significa apenas ser capaz de manter a atenção por um maior período de tempo, mas principalmente conseguir gerenciar as inúmeras distrações que estão ao nosso redor. Sejam elas distrações externas ou internas.
As distrações externas podem estar no seu ambiente (layout, iluminação, ruídos, temperatura, desorganização, ergonomia, poluição, etc), no fluxo e na quantidade de informações que você recebe, nas pessoas que trabalham com você, nas interrupções, nos compromissos da sua agenda, no seu celular. Estudos indicam que a simples presença do celular já é capaz de nos distrair, mesmo que não estejamos mexendo nele.
Faça uma análise minuciosa do seu ambiente. Identifique os fatores que geralmente tiram o seu foco e, para cada um deles, estabeleça pelo menos uma ação de contenção. Esse é um exercício diário, que requer planejamento, compromisso e disciplina.
Já as distrações internas parecem ser mais desafiadoras. Elas não estão visíveis no ambiente, não poder ser tocadas ou mudadas de lugar, não estão condicionadas a um horário específico ou a uma pessoa.
Refiro-me àqueles pensamentos repetitivos, sobre o passado, sobre o futuro, sobre nossas inseguranças e receios. Emoções intensas, sejam elas positivas ou negativas. A voz sutil, porem constante, da autossabotagem. Até mesmo os sintomas físicos, como a fome, a sede e o sono, que por vezes se manifestam de maneira suspeitamente pontual, como atividades de fuga, para nos tirar do foco. Já reparou quantos “cafezinhos” nosso corpo pede em determinados momentos do dia?
O gerenciamento desse tipo de distração requer uma análise muito mais profunda e refinada, seguida de estratégias e ferramentas específicas, que na maioria das vezes demandam uma ajuda especializada e consistente.
Steve Jobs dizia que foco não significa dizer sim para aquilo que você deseja e que, portanto, pretende se focar. Na verdade, foco significa ser capaz de dizer não às centenas de outras possibilidades e boas ideias que existem. Isso nos coloca diante da difícil tarefa de saber filtrar, selecionar e escolher.
Para dizer um sim realmente convicto à sua prioridade e criar o foco necessário para alcança-la, você precisa dizer não a uma série de outras coisas que ao mesmo tempo se mostram vantajosas, interessantes e prazerosas. A nobre e madura capacidade de adiar as gratificações imediatas em benefício daquilo que você realmente deseja. Isso também é foco.
Agora que já conversamos um pouco sobre as capacidades relacionadas ao foco, gostaria compartilhar seis dicas que podem contribuir para os seus resultados.
Lembre-se: tudo que pode ser visto pode ser modelado e aprendido.
Um grande abraço e até breve...
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Mestre em Administração com Foco em Gestão e Inovação Organizacional, Especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS e em Neurociência pela Unifesp.
Psicóloga pela Universidade Metodista de São Paulo.
Executive & Life Coach em nível Sênior, com formação internacional pelo ICI (Integrated Coaching Institute) em curso credenciado pela ICF (International Coach Federation).
Professora convidada dos programas de pós-graduação da FGV/Strong, Universidade Metodista e Senac, dos programas de MBA da Universidade São Marcos e Unimonte, e dos cursos FGV/Cademp, para a área de Gestão de Pessoas.
Professora conteudista do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos – UNIFEOB.
Formadora de consultores e treinadores comportamentais.
Atua há mais de 23 anos com Gestão de Pessoas em diversas empresas e segmentos, dentre elas Wickbold, Bridgestone, Bombril, Solar Coca-Cola, Porto Seguro, Grupo M. Dias Branco, Prensas Schuler, Arteb, Grupo Mardel, Tegma, Pertech, Sherwin-Williams, Grupo Sigla, Unilever, Engecorps, Nitro Química, Grupo Byogene, Netfarma, NTN do Brasil, TW Espumas, Ambev, Takeda, Pöyry Tecnologia,
Neogrid, Scania, Kemp, Ceva Saúde Animal, Embalagens Flexíveis Diadema, Sem Parar, CMOC, Camil e Toyota.
Em sua trajetória profissional e acadêmica, já desenvolveu mais de 27.000 pessoas, com uma média de avaliação superior a nota 9,0 em todos seus treinamentos.
Palestrante, consultora de empresas e autora de diversos artigos acadêmicos publicados em congressos e revistas.
Colunista da revista Manufatura em Foco – www.manufaturaemfoco.com.br
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