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O comportamento é como uma camada de verniz, que tem a função de proteger nossos conhecimentos e competências, garantir a qualidade e a sustentabilidade dos nossos resultados e trazer um refinamento da nossa imagem e reputação. Por isso, de tempos em tempos, ele precisa de cuidados e retoques.
Você já parou para pensar na função da camada de verniz que geralmente e aplicada sobre uma porta, uma janela ou um móvel de madeira?
Talvez sim. Talvez não. Talvez esteja se perguntando porque uma pergunta como essa no início de um artigo sobre comportamento e desenvolvimento humano.
Pois é... Parece estranho mesmo, mas essa á uma analogia que faço quase todas as vezes em que começo uma aula, um treinamento ou uma conversa, cujo foco principal é o nosso comportamento. E é incrível a quantidade de reflexões que ela pode nos proporcionar.
A camada de verniz tem a função de proteger a madeira, aumentando sua qualidade e sua durabilidade. Serve também para dar um acabamento mais refinado e bonito de se ver, mesmo quando o “brilho” não é a intenção principal.
Ou seja, o verniz está sempre junto da madeira. Mas você já deve ter reparado que a camada de verniz não dura para sempre. Com o passar do tempo, ela tende a se desgastar pois fica exposta a ação do sol, da chuva, do frio, do calor, do vento, da poeira e do uso de maneira geral.
Aí surge a necessidade de retocar e isso não se resume somente a aplicar uma nova camada, por cima da antiga, que está desgastada. Se você fizer isso, pode ser que fique até pior.
Trata-se de um processo, que leva tempo, cuidado e uma sequência de ações específicas.
Primeiro é preciso lixar bem, para remover completamente a camada antiga. Depois, é necessário limpar bem toda a sujeira. Então, é preciso aplicar um produto com função seladora, para conservar e preparar a madeira para a recepção de uma nova camada de verniz. Em seguida, são necessárias algumas horas de espera, para que a selagem esteja completamente seca. Só então é que se aplica a nova camada de verniz. Uma, duas, ou até três camadas, dependendo do seu objetivo e necessidade.
Com o comportamento, o processo é praticamente o mesmo.
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O comportamento é uma espécie de camada de verniz, que protege os nossos conhecimentos e as nossas competências técnicas, que garante a qualidade e a sustentabilidade dos nossos resultados e que confere um “acabamento” mais refinado à nossa imagem e reputação.
E da mesma forma como ocorre com as portas, janelas e móveis, nosso comportamento está constantemente exposto e vulnerável aos efeitos das experiências diárias, das demandas e exigências, dos desafios, das metas, das adversidades, das mudanças, dos conflitos, dos relacionamentos e dos inúmeros papéis que desempenhamos na sociedade. E se esse “desgaste”, não for reparado e retocado de tempos em tempos, podemos ter dificuldades.
E mesmo que o retoque do comportamento seja mais complexo, ele segue um processo semelhante ao que acontece com a madeira. Não basta acrescentar novos conhecimentos, habilidades e atitudes “por cima” daquilo que não está funcionando adequadamente. Você deve conhecer pessoas que fazem muitos cursos, leem inúmeros livros, acumulam um grande volume de conhecimento, mas não aplicam as lições, não se transformam, não avançam.
O primeiro passo é lixar, ou seja, remover os padrões e modelos mentais que estão desgastados. Essa talvez seja a parte mais desafiadora, pois o trabalho de desaprender hábitos antigos muitas vezes é mais pesado do que o trabalho de aprender hábitos novos.
Desapegar-se daquelas condutas que nos acompanham por uma vida toda, e que chegam até a nos caracterizar no meio em que vivemos, requer uma prontidão e um nível de autoconhecimento que nem todas as pessoas possuem. Mesmo quando existe a consciência e as “dores” da necessidade de mudar.
Então é preciso se preparar para receber e fazer um bom uso daquilo que será a sua versão retocada. Tal como a seladora faz com a madeira. Essa preparação envolve uma análise profunda e realista acerca de nossos valores, necessidades, objetivos e oportunidades de melhoria; a escolha das melhores estratégias e caminhos a serem seguidos; o planejamento das ações; o ajuste da agenda, de modo que o seu desenvolvimento seja tratado com a prioridade adequada; e, acima de tudo, a motivação e o compromisso consigo mesmo, fatores imprescindíveis para o processo seguir de maneira satisfatória.
Só depois disso é que os novos aprendizados passam a surtir o efeito esperado, que as crenças passam a ser de fato ressignificadas e que os novos hábitos podem se instalar no nosso comportamento. Aprender significa transformar conhecimento em ação e todo processo de desenvolvimento exige isso da gente.
Aproveite o início deste novo ano e faça uma análise apurada da sua camada de verniz. Ela está completa e uniforme? Ela está protegendo as suas competências? Ela está assegurando a qualidade e a sustentabilidade dos seus resultados? Ela está te trazendo uma boa imagem e uma boa reputação? Há quanto tempo ela não recebe um retoque?
E se depois dessa reflexão você concluir que essa é a hora de retocar, abrace o processo e coloque-se no primeiro lugar da sua lista. Lembre-se de que até mesmo a madeira mais nobre precisa de manutenção e cuidado.
Um grande abraço e um 2020 de muita luz e abundância!
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Mestre em Administração com Foco em Gestão e Inovação Organizacional, Especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS e em Neurociência pela Unifesp.
Psicóloga pela Universidade Metodista de São Paulo.
Executive & Life Coach em nível Sênior, com formação internacional pelo ICI (Integrated Coaching Institute) em curso credenciado pela ICF (International Coach Federation).
Professora convidada dos programas de pós-graduação da FGV/Strong, Universidade Metodista e Senac, dos programas de MBA da Universidade São Marcos e Unimonte, e dos cursos FGV/Cademp, para a área de Gestão de Pessoas.
Professora conteudista do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos – UNIFEOB.
Formadora de consultores e treinadores comportamentais.
Atua há mais de 23 anos com Gestão de Pessoas em diversas empresas e segmentos, dentre elas Wickbold, Bridgestone, Bombril, Solar Coca-Cola, Porto Seguro, Grupo M. Dias Branco, Prensas Schuler, Arteb, Grupo Mardel, Tegma, Pertech, Sherwin-Williams, Grupo Sigla, Unilever, Engecorps, Nitro Química, Grupo Byogene, Netfarma, NTN do Brasil, TW Espumas, Ambev, Takeda, Pöyry Tecnologia,
Neogrid, Scania, Kemp, Ceva Saúde Animal, Embalagens Flexíveis Diadema, Sem Parar, CMOC, Camil e Toyota.
Em sua trajetória profissional e acadêmica, já desenvolveu mais de 27.000 pessoas, com uma média de avaliação superior a nota 9,0 em todos seus treinamentos.
Palestrante, consultora de empresas e autora de diversos artigos acadêmicos publicados em congressos e revistas.
Colunista da revista Manufatura em Foco – www.manufaturaemfoco.com.br
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