por Ernesto Berg    |   20/09/2016

Você está seguindo sua carreira ou sua vocação?

Sabe a diferença entre carreira e vocação? Uma, pode levá-lo à plena realização; a outra, grande parte das vezes não. Veja como.

“A carreira é orientada pelo objetivo, mas a vocação focaliza-se no propósito de vida, aquela para a qual você nasceu.” David McNally

A missão de vida é o que dá sentido à nossa existência. Sem ela corremos o risco de seguir um caminho que não foi talhado para nós e sentir-nos frustrados, mesmo que tenhamos uma carreira de êxito. Conheço vários casos de executivos bem-sucedidos em seu trabalho, que subiram todos os degraus que se propuseram a subir e de terem atingido as metas que fixaram para si e, mesmo assim, infelizes por não terem seguido suas verdadeiras vocações. Eles, de certa forma, subiram os degraus que queriam, mas a escada estava encostada na parede errada, porque confundiram carreira com vocação.

Carreira X Vocação

Carreira trata de sua ascensão profissional, enquanto que vocação é o seu “chamamento”, aquilo que você gosta e tem facilidade de fazer, isto é, seu talento pessoal. Você pode ter uma boa carreira profissional, galgar postos importantes na organização, ter um ótimo salário, mas nem por isso, cumprir sua vocação, aquilo que mantém sua chama interior acesa. Isto poderá frustrá-lo bastante, mais tarde, em sua vida. O ideal é você seguir primeiramente sua vocação e, depois, fazer dela uma carreira profissional de sucesso expandindo os conhecimentos e competências através do uso dos seus talentos naturais. Somente seguindo sua missão de vida é que você irá pôr sua escada profissional e pessoal na parede certa. A vocação, atrelada à missão de vida, é o nosso  papel a  cumprir neste  planeta; é o que  nos inspira e motiva a fazer a diferença em cada dia que vivemos, nos completa e deixa felizes.

A propósito, uma pergunta: Em que grau você tem utilizado seus talentos? Talvez esteja correndo apenas atrás do dinheiro, argumentando para si mesmo que a sua vida é cheia de compromissos financeiros e necessita muito do dinheiro para quitá-los. A boa notícia é que perseverando e desenvolvendo paulatinamente seus talentos e habilidades, o sucesso será uma consequência natural e, com ele, virá também o dinheiro


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Conheço pessoas – acredito que você também -, que exercem profissões consideradas pouco proeminentes, nas quais conseguiram sobressair-se, tornando-se uma referência e ganhando grandes somas de dinheiro. Entre essas pessoas que conheço estão donas de salão de beleza, donos de lanchonetes e padarias, jardineiros, atuando com criatividade e qualidade de atendimento muito superior à média do mercado. O que faz delas um sucesso? Simples: elas estão seguindo seus talentos naturais, fazendo disso o foco de suas atenções e esforços, e além de trabalharem com competência e comprometimento, o realizam com extrema naturalidade e descontração, como se isso fosse a própria essência do seu propósito de vida

Por outro lado, conheço também algumas pessoas, com enorme preparo profissional – mestrado, doutorado, pós-doutorado – que são um fracasso econômico, vivem endividadas e não conseguem deslanchar profissionalmente. A diferença não está na profissão, mas no profissional.

Liderando a própria vida

Liderança pessoal é a habilidade de ajustar seu pensamento e definir uma direção precisa para sua vida. Requer seu comprometimento em mover-se naquela direção através de ações específicas - as metas - e assim concretizar seus mais importantes objetivos de vida pessoais e profissionais, isto é, sua missão.

Exercer liderança pessoal significa desenvolver uma autoimagem positiva que lhe dá a coragem e autoconfiança necessárias para seguir o caminho com perseverança e assumir responsabilidade pelos resultados. A essência mesma da liderança pessoal é você fazer o que é certo e produtivo para você, independente dos obstáculos e das opiniões dos outros. Isto quer dizer que sua vocação, missão de vida e visão, não são criadas pelas circunstâncias ou situações externas, mas representam sua resposta a elas, fundamentadas em suas aptidões, competências, crenças e valores.

4 fatores indispensáveis

A liderança pessoal resulta de quatro fatores indispensáveis: autoimagem positiva, sólida automotivação, crença inabalável de que suas expectativas serão realizadas e confiança em seu próprio potencial inexplorado. A maneira de podermos materializar todo esse potencial é realizado através da fixação de objetivos e metas por escrito, lance fundamental para que isso ocorra. Assim, fixar objetivos e metas, funciona como um facho de luz potente e insubstituível para que você possa exercer sua vocação e definir sua missão de vida.

A liderança pessoal – assim como a vocação - é uma jornada, não um destino final. É uma caminhada que não tem ponto de chegada, pois é praticada e exercitada diariamente. Se não for assim podemos perder o foco de nossa existência, cujo principal objetivo é nosso progresso e crescimento contínuo.

A pergunta chave que todos devemos fazer quando se trata de missão de vida é: “A minha missão de vida fará alguma diferença para o mundo, ou lutarei somente para sobreviver ou, ainda, para atender apenas meus próprios interesses?”

A pergunta definitiva

É bom lembrar que quando falecermos nosso papel será extinto, deixará de existir para sempre, e ninguém mais poderá interpretá-lo, pois é insubstituível, talhado exclusivamente para nós. E se não tivermos um propósito, corremos o risco  de ficar  perambulando, sem  sentido, o  resto da nossa curta vida por aqui.  A pergunta definitiva que você tem que responder é: “Vou assumir minha missão de vida ou vou deixá-la passar em branco?”

*Texto extraído e condensado do livro “O Poder da Liderança”, de Ernesto Artur Berg, Juruá Editora em formato de e-book ou impresso disponível no site www.quebrandobarreiras.com.br. 

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

Ernesto Berg

Perfil do autor

Consultor de empresas, professor, palestrante, articulista, autor de 15 livros, especialista em desenvolvimento organizacional, negociação, gestão do tempo, criatividade na tomada de decisão, administração de conflitos. Graduado em Administração e Sociologia, Pós-graduado em Administração pela FVG de Brasília. Foi executivo do Serpro em Brasília por 9 anos e consultor Senior da Alexander Proudfoot Company de São Paulo.