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Em tempos de crise, profissionais devem atualizar seus perfis - redes de negócios demandam fotos sóbrias
Este é o resultado da conversa que eu tive com o Alessandro Couto, profissional das lentes, que nos dá dicas muito úteis para otimizar nosso perfil:
Gladis Costa: Oi Alessandro, fale de você! Como entrou nesta carreira? Há quanto tempo atua na área?
Alessandro Couto: Minha história com as artes começou muito cedo: desde criança já gostava muito de desenhar e, na adolescência, estudei desenho publicitário. Ingressei no mercado de trabalho na área de metalurgia e me tornei desenhista mecânico, o que me levou mais para as exatas e os números. Entrei para a “era da informática”, mas sempre dentro de agências de propaganda, escritórios de design e, também, estúdios de fotografia. O que parecia me afastar das artes, na verdade, me levou para mais perto e despertou aquela paixão antiga. Foi quando decidi estudar e me dedicar à fotografia. E é isso o que faço desde 2010.
GC: Vamos falar um pouco do perfil, já que você tem trabalhado bastante com fotos para o LinkedIn, certo?
AC: São inúmeras as pessoas que depois de tanto tempo usando as redes sociais – desde o falecido Orkut – ainda não sabem diferenciar estas redes. Cada uma tem seu foco de utilização, sua identidade. O LinkedIn é uma rede extremamente profissional, voltada para o networking. Nenhuma outra rede oferece o mesmo poder de conexão. Mas é preciso ter cautela e evitar usar esta rede para discussões polêmicas ou de ordem pessoal, como política e futebol, por exemplo. Um potencial cliente ou contratante pode ter uma posição contrária à sua e se influenciar por estes aspectos na decisão de um contato. O LinkedIn é sua vitrine profissional. Mostre o seu potencial, suas habilidades e competências profissionais.
GC: Uma imagem realmente vale por 1000 palavras?
AC: Em qualquer que seja a rede, a foto está posicionada no canto superior esquerdo da tela, certo? Isto não é por acaso, já que este é o primeiro ponto que os olhos veem, no “caminho” de leitura, aqui no ocidente. Então, este é lugar que chama mais atenção nas páginas
GC: Dizem que um perfil com foto tem 14 vezes mais chances de ser visto do que um outro sem foto. A foto é tão importante assim?
AC: Ninguém procura alguém na rede apenas pelo que está escrito no currículo. Em qualquer que seja a rede, o que chama a atenção das pessoas é a foto. Somos naturalmente atraídos pelas imagens. Se sua foto for realmente interessante vai chamar a atenção para saberem mais de você. O que faz, onde trabalha e etc.
GC: Que tipo de foto pode arruinar ou prejudicar o perfil de um candidato?
AC: O LinkedIn é uma rede de negócios e o mundo todo vai ter acesso ao seu perfil. Procure não colocar fotos com a turma de amigos, com bebidas ou alimentos nas mãos – a menos que isto tenha relação com a sua atuação profissional. Selfies também não são recomendadas: você certamente estará muito perto da lente e isto distorce a imagem – seu rosto fica maior e a posição nunca é a mais agradável para um retrato.
GC: Existe a foto certa para o LinkedIn ou depende do segmento do profissional?
AC: Depende do segmento e, também, da personalidade e perfil do profissional. Temos um dress code social e profissional e isto se aplica ao retrato também. A área da moda lida com um perfil de pessoas e espaços diferente do mercado financeiro, por exemplo. Dentro de uma mesma área, as pessoas têm também suas características distintas. Gosto de conversar com as pessoas antes de fotografá-las para entender e conhecer um pouco do profissional que está ali, na minha frente. O trabalho vai muito além de levantar a câmera e clicar.
GC: Foto colorida ou P&B?
Em algumas pesquisas que eu li, os americanos preferem a foto colorida. Eu acredito que podemos explorar outras possibilidades e, aí, cabe uma foto P&B. Desde que feita por um profissional.
GC: Precisa ter um cenário, uma roupa apropriada ou posso colocar qualquer foto séria no meu perfil e tudo bem?
AC: O cenário deve ser neutro. Você é o que deve aparecer em primeiro plano e em destaque nesta foto. A roupa, como disse antes deve estar dentro de um dress code. Não utilize fotos do seu casamento ou formatura. Aquela roupa, maquiagem e local não dizem quem você é como profissional. Suas fotos de viagem são lindas memórias e você pode postá-las no Facebook, não como foto de perfil no LinkedIn.
GC: Os recrutadores olham a foto ou já vão direto no Curriculum?
AC: Em meu trabalho, falo diariamente com recrutadores e o que mais ouço é: “Quando estamos em busca de um profissional específico para uma determinada área, buscamos na rede pessoas com o perfil solicitado e quando a foto é ruim – ou pior, não tem foto – logo descartamos.” Não perdem tempo para ler o perfil de alguém que não se preocupa com a própria imagem.
GC: O que a foto diz sobre um candidato?
AC: A foto deve te representar profissionalmente e demonstrar que você é acessível. Este é o segredo para escolher uma foto perfeita para o perfil do LinkedIn.
GC: Em tempos de crise as pessoas estão investindo mais na foto do perfil?
AC: Sem dúvida. Este é o momento em que as pessoas devem olhar com mais carinho para o seu perfil. Muitas empresas estão se re-estruturando e você deve estar pronto para as surpresas e as oportunidades do mercado.
GC: Que foto não deve ser colocada no LinkedIn de forma alguma, mesmo que seja a única disponível?
AC: A foto do perfil deve mostrar seu rosto, ela é a sua marca. Muitas pessoas recortam uma foto que estava com outra pessoa e fica uma mão ou um braço perdido na foto. As fotos escuras, com pouca resolução e distorcidas também são péssimas para representar você ao seu novo trabalho ou cliente. Não utilize um logotipo, o perfil é do profissional e o LinkedIn fornece um espaço para você destacar sua empresa, se for o caso.
É isto, pessoal! Vamos ficar bonitos na foto. Ou melhor, vamos deixar nosso perfil mais profissional com uma foto que nos represente bem!
(Fui convencida a mudar a foto do perfil após ver seu trabalho! Muda a sua também!)
Serviço:
Alessandro Couto - Fotógrafo
+55 11 5102-4212
+55 11 99629-8391
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Gladis Costa é profissional da área de Comunicação e Marketing, com vivência em empresas globais de TI. É fundadora do maior grupo de Mulheres de Negócios do LinkedIn Brasil, que conta com mais de 6200 profissionais. Escreve regularmente sobre gestão, consumo, comportamento e marketing. É formada em Letras, e tem pós graduação em Jornalismo, Comunicação Social e MBA pela PUC São Paulo. É autora do livro "O Homem que Entendia as Mulheres", publicado pela All Print.
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