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Caio Uribbe Castro    |   15/03/2016   |   Gestão de custos industriais   |  

A importância de se considerar os custos com a depreciação gerencial

Como garantir que o parque industrial de sua empresa não seja sucateado.

Um dos conceitos que gera maior confusão no que diz respeito aos custos provenientes de um empreendimento é o da depreciação.

A definição do termo é relativamente simples: a diminuição do valor de um bem, resultante do desgaste, uso e passar do tempo. Porém, devido às diversas acepções, a inclusão dos custos com depreciação por parte das empresas se dá apenas sob uma das diferentes óticas possíveis: a contábil.

Visto que se trata de um aspecto necessário para o cumprimento das legislações fiscais, a maioria das empresas apenas considera a depreciação contábil de um bem. Sem desmerecer esta necessidade, há que se entender que informações contábeis dizem respeito à prestação de contas de uma empresa para com o ambiente externo à produção, ou seja: acionistas, governos e especialmente o fisco.

Porém, voltando à definição do termo, a utilização, somada ao passar do tempo reduz o valor de uma máquina produtiva. Sendo assim, esta diminuição de valor há de ser levada em conta quando se calcula os custos do processo produtivo.

Sob este aspecto de gestão empresarial, a depreciação deve ser considerada como uma poupança para garantir a substituição de um ativo imobilizado, tendo em vista que, após determinado período este irá se tornar obsoleto. Ou seja, é literalmente guardar dinheiro para evitar que o parque industrial da empresa seja sucateado, garantindo assim a capacidade produtiva da empresa.

Para se entender a diferença entre estes dois conceitos, vamos utilizar o exemplo de um caminhão. Ao comprar o veículo, a empresa desembolsará R$ 150.000,00. Contabilmente, este ativo irá se desvalorizar totalmente em 5 anos, ou seja, a uma taxa de R$ 2.500,00 por mês.

Sob a ótica gerencial, este mesmo bem poderá ser utilizado por 10 anos, e, ao final deste período, ainda poderá ser revendido por, aproximadamente, R$ 60.000,00. Os custos da depreciação, dita gerencial, a serem considerados neste caso serão de apenas R$ 750,00 mensais. Um valor significativamente mais baixo que o custo contábil, mas que deverá ser considerado nos custos mensais da frota da empresa (e, por consequência, impactar no valor do frete), de modo que ao final destes 120 meses ele possa ser substituído sem afetar o caixa.


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Há que se levar em conta que nem sempre a depreciação contábil é superior à gerencial. Computadores, por exemplo, devem ser contabilmente depreciados em 5 anos, porém, devido aos avanços tecnológicos, em muitos casos, em menos de 3 anos os mesmos já são praticamente inúteis do ponto de vista produtivo.

Independentemente do valor é imprescindível que os custos com a substituição de veículos, máquinas e equipamentos necessários ao processo produtivo sejam considerados pelos gestores, e incluídos quando se definem os preços de venda, de modo a garantir a perpetuidade da capacidade produtiva da empresa.

Em virtude desta diferença de percepções sobre o conceito de depreciação, é comum observar que muitas vezes os empresários nem consideram a depreciação no cálculo do preço dos seus produtos. O grande problema é que, ao final da vida útil do bem, e numa situação de fluxo de caixa reduzido, se veem na obrigação de paradas constantes das máquinas e de altos desembolsos com manutenção, já que fizeram a poupança ao longo do tempo de uso do produto.

A engenharia de custos tem na consideração da depreciação gerencial uma de suas bases mais expressivas para a detecção do nível de evolução dos processos de gestão das empresas. 

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Caio Uribbe Castro

Engenheiro Mecânico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou com Gestão de Processos no setor aeronáutico e, atualmente, trabalha focado em Processos de Melhoria de Gestão na empresa Valor & Foco.


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