O centro de pesquisas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, criou um tipo de nanofibra baseada em sílica que consegue ser 15 vezes mais resistente que o aço. O composto pode se manter leve e forte sendo produzido em fibras únicas e não em feixes, como se costuma fazer em cordas para aumentar a resistência.
As nanofibras transformadas em nanofios, ao contrário dos nanotubos de carbono — considerados os mais resistentes do mundo até então —, podem ser produzidas em larga escala e em tamanho variável, passando dos quilômetros em um único fio. Já as estruturas de carbono, apesar de rígidas, não podiam ser utilizadas em estruturas maiores que poucos centímetros.
"A sílica e o oxigênio, que compõem as nanofibras, são os dois elementos mais comuns da crosta terrestre. Ou seja, é um produto sustentável e barato para explorar", explica o pesquisador responsável pelo projeto, Gilberto Brambilla.
Segundo Brambilla, atualmente eles são os pioneiros na potencialização da resistência dessas nanofibras. "Normalmente, para você aumentar a força de uma fibra, você tem que aumentar o seu diâmetro e, portanto, o seu peso. Mas em nossa pesquisa quando você diminue o tamanho das nanofibras de sílica, aumenta sua força e mantém a leveza", comenta.
Os pesquisadores acreditam que as nanofibras de sílica poderão ser utilizadas, principalmente, pelas indústrias naval, aeronáutica e de equipamentos de segurança para construção de cascos e estruras de barcos, aviões e outros.
O produto, que está sendo estudado no Reino Unido há cinco anos, chamou a atenção de inúmeras empresas do mundo inteiro. O total de investimento na pesquisa foi de 500 mil libras esterlinas, o que corresponde a mais de R$ 1,5 milhão.