Com aumento de 20% das vendas aos Estados Unidos, neste ano, a WEG, fabricante de motores, transformadores e geradores elétricos, é um dos exemplos mais bem sucedidos de exploração do mercados dos Estados Unidos: com investimentos regulares de 2,5% de seu faturamento líquido em inovação, constatou que o lançamento de sua nova linha de motores e geradores de maior eficiência coincidiu com o estabelecimento de novas e mais severas exigências de eficiência energética nos motores elétricos industriais. Só em 2012, o aumento das vendas da empresa aos EUA foi de 20%, calcula o diretor de Finanças e Relações com Investidores da WEG, Lawrence Beltrão Gomes.
"A mudança na regulação começou em 2011, e estávamos com o portfólio de produtos certo na hora certa", diz ele. Após a crise de 2008, as empresas americanas que mantiveram investimentos passaram buscar maior aumento de produtividade; e a WEG, com a política de investir seu capital de giro na manutenção de maiores estoques no mercado americano, pôde aproveitar a demanda. "Já há sinais de arrefecimento do ritmo de aumento da demanda, parte pela própria incerteza das eleições americanas", nota ele.
O item motores, geradores e transformadores elétricos e suas partes teve aumento de 115% nas vendas aos EUA entre janeiro e outubro, em comparação com o mesmo período de 2011. Subiu de 12º para o 6º lugar entre os produtos mais vendidos aos americanos, principalmente com o aumento na venda de partes e peças (94% entre janeiro e setembro). À espera dos desdobramentos das negociações da política economica entre o presidente reeleito, Barack Obama, e o Congresso americano, Gomes diz acreditar que o aumento de competitividade garantido pelo câmbio desvalorizado permitirá "condições estáveis" na demanda pelas máquinas e geradores brasileiros, a partir do último trimestre deste ano.
Menos otimista está o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato. "Queria estar mais otimista, mas o bom resultado se deve a projetos pontuais de algumas empresas", diz ele. "Quando olhamos o valor acumulado de janeiro a setembro, a exportação do setor eletroeletrônico aos Estados Unidos cresceu 49,7%", informa. "Mas não dá para ficar muito animado porque no primeiro trimestre crescemos 60%; no segundo 19,7% e no terceiro houve queda de 13,4%."
Barbato atribui a queda nas vendas de eletroeletrônicos brasileiros nos EUA ao vencimento de contratos firmados no ano passado. "Esperava que nossa competitividade estivesse melhorando no mercado americano", lamenta. "Ainda é cedo para tirar conclusões."