O grupo Gerdau vai anunciar hoje (01), no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, um investimento de R$ 450 milhões na expansão da aciaria da siderúrgica Riograndense, em Sapucaia do Sul, Região Metropolitana de Porto Alegre. A Riograndense - primeira unidade siderúrgica do grupo, adquirida em 1948 - produz aços longos para construção civil e indústria. O investimento vai ampliar sua capacidade em 50%, de 450 mil para 650 mil toneladas por ano até 2015.
O empreendimento na siderúrgica de Sapucaia do Sul não integra o pacote de R$ 10,3 bilhões já anunciado pelo grupo, envolvendo expansões e novas instalações no país (cinco), América do Norte (três), América Latina (seis) e aços especiais (seis). Neste último segmento, em que é líder mundial no fornecimento para a indústria automotiva, o grupo tem operações no Brasil, Estados Unidos, Europa e Índia.
A decisão do grupo brasileiro, segundo maior do mundo no segmento de aços longos, atrás da ArcelorMittal, ocorre três meses depois do anúncio de retomada do projeto de construção de uma unidade nova no México, com capacidade de 1 milhão de toneladas por ano de aço bruto.
O investimento mexicano, de R$ 1,1 bilhão, é feito por meio da joint venture Gerdau Corsa e está focado na produção de perfis estruturais (700 mil toneladas de produtos laminados por ano).
Na Índia, também em joint venture com grupo local, a Gerdau iniciou em agosto à operação do alto-forno, apto a fazer 350 mil toneladas por ano. Em seguida a essa etapa estava previsto novo laminador de aços especiais com capacidade de 300 mil toneladas por ano.
Até o fim deste ano, o grupo prevê colocar em operação, a despeito do excesso de oferta e enfraquecimento da demanda de aços planos no mercado interno, um laminador de bobinas a quente na controlada Açominas, de Ouro Branco (MG). Com capacidade de 770 mil toneladas/ano, vai disputar o mercado petrolífero, naval, de construção civil e de máquinas e implementos. Assim, inicia concorrência com Usiminas, CSN e ArcelorMittal, além de aço importado.
O grupo Gerdau, com capacidade instalada global de 25,1 milhões de toneladas por ano de aço bruto, é lider nas Américas no mercado de aços longos comuns. Em aços especiais, é líder mundial no fornecimento para a indústria automotiva. Tem operações industriais em 14 países, incluindo Europa e Ásia.
No Brasil, no momento, o grupo busca um parceiro estratégico para seu projeto de exploração comercial de minério de ferro além da produção de 12 milhões de toneladas de uso cativo. A empresa detém recursos minerais em Minas Gerais, entre Belo Horizonte e a Açominas, que somam 2,9 bilhões de toneladas.
No segundo trimestre, a empresa apresentou receita líquida de R$ 9,98 bilhões, Ebitda (resultado operacional) de R$ 1,24 bilhão e lucro líquido de R$ 549 milhões. As vendas de aço somaram 4,8 milhões de toneladas.
Por Sérgio Ruck Bueno e Ivo Ribeiro/ Valor Econômico