Começou a construção da segunda versão do avião Solar Impulse, cujo projeto é dar a volta ao mundo sem gastar um só grama de combustível, seja sólido, líquido ou gasoso.
O avião é alimentado apenas por energia solar. Os painéis solares em suas enormes asas, além de alimentar os motores elétricos, geram energia extra para recarregar baterias, que alimentam os motores durante a noite.
A primeira versão do avião solar, chamado Solar Impulse A - a sigla completa é HB-SIA -, já fez inúmeros voos de longa duração, demonstrando que é possível voar também à noite com um avião alimentado apenas por energia solar.
Solar Impulse B
Mas será preciso um pouco mais de tecnologia e aprimoramentos para que seja possível dar a volta completa na Terra. Por isso, os suíços Bertrand Piccard e André Borschberg começaram a construir a versão 2.0 do seu avião, chamado Solar Impulse B (ou HB-SIB).
O trabalho de desenvolvimento continua sendo coordenado por engenheiros da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça. Contudo, com o sucesso da primeira versão, dezenas de grandes empresas se juntaram ao projeto, cedendo tecnologia e consultoria. O resultado é que o Solar Impulse B será maior, mais leve e mais eficiente.
Novas tecnologias
O avião solar terá 63,4 metros de envergadura de asa, dimensão semelhante à do Airbus A340. Seu peso, contudo, será menor do que o de muitos veículos de passeio, com apenas 1.600 quilogramas.
As 12.000 células solares em suas asas vão gerar energia suficiente para alimentar quatro motores elétricos de 10 HP cada um, além de recarregar 400 kg de baterias de lítio, que permitirão que o avião voe a noite toda.
Com as melhorias, o avião suportará uma cabine maior, que permitirá que o piloto recline-se completamente - essencial para que ele tire seus cochilos durante as longas horas de voo ao redor da Terra.
Essa cabine será revestida com um material isolante de alto desempenho, fino e leve, mas capaz de manter fora o calor e o frio - serão -50º C à noite e até +50 º C durante o dia.
Outra inovação será o uso de nanotubos de carbono nas fibras sintéticas usadas nos componentes estruturais, que serão mais fortes e mais leves - o novo material é um passo à frente das famosas fibras de carbono usadas em carros de corrida, que ainda não incorporam os nanotubos.
O Solar Impulse B deverá estar pronto no final de 2013, e os primeiros voos de testes serão feitos no início de 2014. Desses testes dependerá o agendamento da tentativa de circundar o globo.
O voo ao redor da Terra deverá levar 20 dias-voo - 24 horas medidas do ponto de vista do avião quando em voo. Isso inclui de dois a três dias para cruzar o Oceano Atlântico e seis dias para cruzar o Oceano Pacífico. A viagem será feita com escalas, devendo se estender por um total de três a quatro meses.