O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, afirmou que o novo regime automotivo coloca a indústria automobilística em um novo ciclo de tecnologia e o maior desafio das montadoras será alcançar os níveis de eficiência energética exigidos. Para se habilitar, as fábricas terão de assumir o compromisso de produzir carros que consumam, até 2016, 12,08% menos combustível que atualmente, além de investir em pesquisa e desenvolvimento, engenharia e uso de conteúdo local. Na avaliação de Belini, quem não se esforçar para seguir as regras vai perder cada vez mais espaço no mercado.
"Hoje, somos o quarto maior mercado do mundo. Somos o sétimo produtor. À medida que tivermos esse desenvolvimento tecnológico, teremos uma maior produção local. Teremos condições de escala e competitividade", afirmou.
Para Belini, após alcançar as condições para se habilitar ao regime, a grande barreira será ultrapassar as metas superiores de eficiência (de redução de 15,46% e 18,84% no consumo até 2016), para conseguir uma redução maior no IPI. "Haverá uma corrida nacional para isso", considerou.
Já Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), considerou que as medidas elevarão a competitividade da indústria. Para ele, em alguns casos, de cada três unidades de maquinário adquiridas no Brasil, duas são importadas, o que revela a agressividade dos fornecedores internacionais.
"(O regime) proporcionará um reequilíbrio saudável para a competição do mercado e a manutenção de setores estratégicos relevantes para o país", afirmou em nota.
Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e especialista em petróleo, disse que as regras do regime automotivo são positivas, à medida que, em vez de só beneficiar a indústria automobilística, como ocorreu nos últimos pacotes, ela exige uma contrapartida das fábricas. Mas, além disso, é preciso definir a matriz energética.
A subsecretária de Economia Verde do Rio de Janeiro, Suzana Kahn, disse que o governo mostrou às indústrias que é importante investir em eficiência energética.
Por Cristiane Bonfanti e Eliane Oliveira/ O Globo