De acordo com os Indicadores Industriais de julho, divulgados hoje (5), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a recuperação esperada para a atividade industrial no começo do segundo semestre ainda não se consolidou. A pesquisa aponta que as variáveis de utilização da capacidade instalada e de emprego cresceram, porém os indicadores de faturamento e de horas trabalhadas na produção recuaram em julho em comparação a junho, na série livre de influências sazonais. Um dos piores desempenhos foi do setor de metalurgia básica, que apresentou índices inferiores à média da indústria de transformação em julho em comparação com o mesmo mês de 2011.
A combinação de indicadores positivos e negativos mostra que a indústria está em fase de transição e deve retomar o crescimento nos próximos meses, explica o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. “A queda dos juros, a redução dos impostos sobre os bens duráveis, a desoneração da folha de salários para um número maior de setores criam um ambiente mais favorável à atividade industrial. O segundo semestre será melhor que o primeiro”, diz Castelo Branco.
Empregos e salários
Os dados dessazonalizados dos Indicadores Industriais mostram que o faturamento real caiu 2,4% em julho em relação a junho. A queda praticamente anulou o aumento de 2,9% verificado em junho ante a maio. A utilização da capacidade instalada aumentou de 80,7% em junho para 81,6% em julho. O emprego, com alta de 0,2%, também cresceu em julho na comparação com o mês anterior na série livre de influências sazonais. Foi o terceiro aumento seguido do indicador.
Mesmo assim, as horas trabalhadas na produção, indicador que ajuda a verificar o ritmo de expansão da atividade, caíram 0,3% em julho frente a junho. De janeiro a julho em relação ao mesmo período do ano passado, as horas trabalhadas na produção acumulam uma queda de 1,5%.
A pesquisa da CNI informa ainda que os indicadores de rendimento dos trabalhadores tiveram aumento em todas as bases de comparação. Os salários reais cresceram 3,4% em julho frente a junho e acumulam alta de 6,1% de janeiro a julho em relação a igual período de 2011. O rendimento médio dos trabalhadores aumentou 3% em julho na comparação com junho e acumula um aumento de 6,1% de janeiro a julho em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso significa que os custos da indústria com a mão de obra continuam crescendo, apesar da queda no ritmo da atividade industrial verificada em 2012.
Entre os 19 setores pesquisados pela CNI, o de metalurgia básica registrou um resultado inferior à média da indústria de transformação em julho na comparação com o mesmo mês de 2011. No período, o faturamento do setor caiu 5,5%, as horas trabalhadas na produção recuaram 2,3% e a utilização da capacidade instalada teve queda de 5,7%. Já o setor de máquinas e equipamentos teve um aumento de 13,7% no faturamento.