A JAC Motors afirmou nesta segunda-feira (30) que suspendeu a construção da nova fábrica da montadora no polo de Camaçari, na Bahia. De acordo com a empresa, o motivo da suspensão é a alta de 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industralizados (IPI) para veículos importados.
A montadora afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a construção está suspensa até que o governo anuncie novas medidas de tributação para as montadores que irão construir fábricas no País. Além disso, a JAC também afirmou que a construção se tornou inviável, já que a cotação do dólar também passou de R$ 1,70 no ano passado para R$ 2 neste ano.
A previsão de investimento para a nova fábrica era de US$ 1,3 bilhão, gerando 5 mil empregos diretos e outros 10 mil indiretos para produzir 100 mil carros por ano. Na previsão inicial, a inauguração da fábrica seria em 2014.
A formalização da construção da nova fábrica foi realizada em novembro do ano passado, quando o governo dediciu sobretaxar os carros importados, em uma tentativa de aumentar a nacionalização das montadoras. A JAC começou a vender no Brasil em março do mesmo ano, com abertura simultânea de 46 concessionárias e expectativa de chegar a fatia de mercado de cerca de 3%.
Veto
Após reunião com representantes da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o governo deciciu não prorrogar a isenção do IPI para veículos sem um compromisso formal do setor de que não haverá demissões. A mensagem foi dada pelo ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, e é uma resposta à General Motors (GM), que está analisando fechar e demitir todos os 1,5 mil funcionários de uma das suas fábricas em São José dos Campos (SP).
O presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti, se disse "otimista" em relação à solução do problema. Ele se reuniu com Barbosa e pediu a prorrogação do benefício (que termina em 31 de agosto) por tempo indeterminado. Apesar da preocupação, Meneghetti disse que não há conversas com a GM na tentativa de fazer a montadora reverter a decisão.
A reunião aconteceu no mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff reclamou publicamente da decisão da GM e lembrou que a desoneração de veículos está condicionada à manutenção dos empregos nas fábricas. A presidente falou em Londres, onde acompanha a abertura da Olimpíada.