A queda de 5,2% do Indicador de Nível de Atividade (INA) em abril ante março, na série sem ajuste, foi a maior para os meses de abril desde 2006, quando o recuo foi de 8%. Na comparação do acumulado do primeiro quadrimestre de 2012 com o de 2011, o INA sem ajuste recuou 5,9%, maior queda desde 2009, quando a retração havia sido de 13,9%.
De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, abril tem sazonalmente um comportamento de queda em relação a março. Mas neste ano, ressaltou, a retração foi mais preocupante.
Francini citou o exemplo do setor automotivo: o INA da indústria de veículos automotores recuou 0,2% em abril ante março, na série com ajuste, e 10,2% na série sem ajustes sazonais. Na comparação com abril do ano passado, a queda foi de 7,5%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor caiu 0,4% ante março.
"O setor automotivo teve dois meses atípicos em fevereiro e março, piores do que o esperado e ainda não se recuperou", afirmou o diretor da Fiesp.
Máquinas
Em meio a tantos números ruins, Francini conseguiu enxergar algum otimismo nos dados do setor de máquinas e equipamentos. Em relação a março, houve queda de 0,6% na série com ajuste e de 10,3% na série sem ajuste. Na comparação anual, no entanto, o INA desse setor cresceu 11,3% em abril. No acumulado do primeiro quadrimestre, na comparação com igual período do ano passado, o resultado positivo também foi expressivo - alta de 9,2%.
"O setor de máquinas e equipamentos está diretamente ligado a investimentos", analisou Francini. "Quando a produção do setor sobe, há uma indicação de aumento do investimento no País."
Por Wladimir D´Andrade/Agência Estado