Adotar sistema de gestão de produtos exige melhoria contínua

Cresce procura por soluções PLM e PDM nas indústrias

A aquisição de softwares para gestão de produtos e processos dentro das fábricas não é nova, mas tem avançado bastante nos últimos anos. A mudança pode significar o cadastramento de muitos dados, como desenhos do papel para o computador ou transferir uma grande base de para o novo software adquirido. O processo pode levar de meses até alguns anos e também depende da cultura organizacional da empresa.

A fabricante de implementos agrícolas Stara começou a estudar a aquisição de um software de gestão PLM (Product Lifecycle Management - gestão do ciclo de vida de produtos) em 2010 e em janeiro de 2011 o Windchill começou a ser implantado. Como houve uma troca de software, toda a base teve que migrar para o novo sistema e isso tomou a maior parte do tempo de implementação do sistema até o momento. "Com a finalização do cadastro de back up houve uma melhora no fluxo de desenhos, os projetistas já identificam quem está trabalhando em determinado projeto e não há mais duplo trabalho", explica o engenheiro projetista Marcos Tiggemann.

A empresa implementou até agora o sistema PDM (Product Data Management - gestão de dados do produto), parte da responsável por gerenciar dados do design do produto, integração dos desenvolvedores na elaboração de um novo produto e a interação com fornecedores e clientes. Dentro desta etapa, será instalada nos próximos dias o controle de desenho e em dois meses a integração abrangerá o departamento de custos. A integração com todo o sistema ERP (Enterprise Resource Planning - sistemas integrados de gestão empresarial) permitirá que as informações fiquem centralizadas no Windchill e auxiliará Planejamento e Controle da Produção (PCP). De acordo com Marcos Tiggemann (foto), O engenheiro projetista Marcos Tiggemann quando houver todos os módulos implementados, um dos objetivos é auxiliar a equipe de pós venda a repassar informações de reposição de peças para clientes. "Por exemplo, as peças que compõe um eixo cardã vem de diversos fornecedores e teremos registrado no projeto quem deve ser contactado", comenta o projetista.

O gerente de novos negócios da PTC, Leonardo Fernandes, explica que a implantação do sistema PLM pode variar de acordo com as necessidades da empresa e isso significa de três meses a 2 anos. "Por outro lado, se entendermos que o PLM não é apenas um software é sim um modelo de gestão que gerencia todo ciclo de vida do produto, a implementação nunca termina, porque sempre haverá pontos de melhorias", observa Fernandes.

Em artigo, gerente da DS SolidWorks para a América Latina, Oscar Siqueira, considera que a adoção de um sistema PLM deve ser pensada com cautela porque demanda muito tempo de instalação e funcionários dedicados. No entanto, a adoção do PDM para gerenciar o grande volume de arquivos gerados em softwares 3D é uma opção "pragmática". Ideia adotada há três anos pela Intertechne. A empresa é líder do consórcio para construção da usina de Belo Monte e para gerenciar uma quantidade de 100 mil arquivos gerados, a empresa optou há três anos por uma solução PDM da Solidworks com integração ao ERP. Com filiais na Argentina, Curitiba e São Paulo a integração dos processos é muito importante para a empresa que adotou há três anos a utilização do software.

De acordo com o superintedente de Estudos Básicos da  Intertechne, Roberto Eugênio Bertol (foto), uma vantagem do Solidworks na integração da equipe é permitir a montagem em arquivos separados e permitir multiusuários executando o mesmo tempo. E os engenheiros podem ver a evolução da planta no momento da execução do projeto. Então o 2D acaba sendo um subproduto.

O uso do CAD 3D na Intertechne começou há cinco anos e a parte mecânica e elétrica estão totalmente integradas. Na parte civil, utilizam um software criado dentro da própria empresa. "O Solidworks funciona como unificador dos processos para que possamos ter projetos 3D e gerar arquivos em 2D para quem está na obra. Com a dificuldade de leitura em projetos em três dimensões,ainda estamos obrigados a imprimir projetos em 2D." Apesar de trabalharem com os dois modelos, Bertol comenta a redução significativa de tempo em revisões de projetos. "A produção do projeto de engenharia do projeto de Belo Monte inclui a geração de 15 mil documentos. Perdíamos mais tempo conferindo e circulando fisicamente com o modelo internamente nos departamentos."

Usinas de Teles Pires e Challia, no Peru são projetos gerenciados pelo PDM. Na parte de construção civil o software foi adaptado pela própria empresa e há uma parceria com a revendedora do software, Max3D, na construção de uma biblioteca de arquivos. Este tipo de parceria esta dentro da filosofia de atuação da revenda. "No setor metalmecânico o software já está muito padronizado. No passado nós criavamos aplicações dentro da própria revenda, mas no ano seguinte a atualização estava presente no software global. Então nós mudamos nossa metodologia. Estudamos as necessidades específicas de cada cliente para  transferir a tecnologia de melhor aproveitamento dos aplicativos em conjunto com os desenvolvedores do Solidworks nos Estados Unidos", explica o gerente comercial da revenda, Gustavo Stumpf.


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