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O Brasil responde por 47,3% da produção de artigos científicos de engenharia da América Latina, sendo sua produção duas vezes maior que a do México e cinco vezes maior que a da Argentina. Contudo, se comparado aos demais países do BRIC, Rússia, Índia e China, o crescimento da produção científica brasileira na área de engenharia não foi suficiente para colocá-lo em melhor situação dentro desse grupo de países. Esse é um dos dados mostrados pelo EngenhariaData – Sistema de Indicadores de Engenharia no Brasil, que será lançado no próximo dia 6, em São Paulo.
O projeto é uma iniciativa do Observatório de Inovação e Competitividade (OIC), vinculado ao Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA/USP). O objetivo do EngenhariaData é fornecer a pesquisadores, gestores públicos, empresas e instituições de ciência, tecnologia e inovação um conjunto de informações relevantes para o planejamento e gestão de políticas públicas destinadas ao aumento das atividades de inovação, com vistas a ampliar a competitividade do País.
Uma das informações relevantes já produzidas pelo EngenhariaData se refere à comparação internacional em relação a publicações científicas. O sistema mostrou que, entre os países BRIC, a China concentrou 84% da produção em 2010. O Brasil produziu 3,1% dos artigos de engenharia desse grupo de países e está bem abaixo da Índia, que responde por 8% dos artigos, e mesmo da Rússia, país que embora tenha diminuído sua produção científica em engenharia em números absolutos (de 4.227 em 1996 para 3.540 em 2010), publicou 4,7% dos artigos de engenharia dos BRIC no ano passado.
Além das informações estatísticas sobre a engenharia no Brasil e no mundo, o sistema desenvolvido por pesquisadores do OIC hospedará documentos com análises sobre as séries levantadas e comparações internacionais, produzidos por seus pesquisadores. “Haverá também um repositório de análises, uma espécie de biblioteca, com material que recebemos ou encontramos durante nossas pesquisas”, explica o coordenador do projeto, Mario Salerno.
O EngenhariaData é composto por duas classes de indicadores: os dados referentes à formação e os dados sobre o mercado de trabalho e inserção em empresas. Haverá séries específicas de dados sobre as empresas de serviços de engenharia, sobre produção científica em engenharia, patentes e outros. Ao longo de 2012, serão feitas ampliações e melhorias no sistema, como a possibilidade de fazer cortes setoriais e regionais.
Todo o levantamento de dados para montar o portal foi feito pela equipe de pesquisadores do Observatório, que também será responsável pelas atualizações. Eles partiram de duas bases de dados internacionais sobre engenharia: o Sustainable Development in Germany – Indicator Report 2010, da Alemanha, que é focado em desenvolvimento sustentável e contém um capítulo específico sobre engenharia; e o Science Engineering Indicators, trabalho feito nos Estados Unidos pelo National Science Board, com foco em ciências e engenharia.
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