Audi adapta carros ao mercado brasileiro

O mercado de modelos premium, com preços acima de R$ 80 mil, responde por menos de 1% das vendas totais de veículos no Brasil, mas desperta cada vez mais interesse das montadoras. A Audi, que cresceu 61% no ano passado em relação a 2009, com vendas de 3.266 unidades, inicia um programa para adequar seus carros ao gosto e às necessidades do consumidor local. Um deles é o desenvolvimento do motor flex, já em teste em dois modelos A4.

Em sua primeira visita ao Brasil, encerrada ontem, o vice-presidente mundial de Finanças da Audi, Axel Strotbek, discutiu adaptações que a matriz alemã pode desenvolver exclusivamente para os modelos exportados para o País. "Queremos repetir no Brasil a estratégia que adotamos na China", afirma Strotbek.

Segundo ele, a Audi precisou alongar o tamanho dos modelos A4 e A6, porque os chineses querem carros mais espaçosos. "São versões produzidas e vendidas apenas na China". No ano passado, a marca vendeu mais de 200 mil veículos no país asiático, onde lidera o segmento premium. A Audi inclui nessa categoria só os modelos das também alemãs BMW e Mercedes-Benz. No Brasil, as três venderam cerca de 20 mil unidades no ano passado. "O País tem grande potencial de crescimento nesse segmento, que na China responde por 6% das vendas e na Alemanha, entre 25% a 30%", diz Strotbek. Há dez anos, a participação local era de 0,4%, e hoje está em 0,8%.

No ranking mundial, o Brasil ocupa a 32ª posição em vendas de veículos premium, enquanto no total fechou 2010 como quarto maior mercado. A Audi pretende dobrar suas vendas este ano, para 6,5 mil unidades. Sua principal estratégia é a entrada no nicho de compactos premium, com o lançamento em abril do A1 (foto). O modelo, com capacidade para quatro passageiros, custará R$ 89,9 mil. Seu concorrente, o inglês BMW Mini, custa a partir de R$ 79,9 mil e em 2010 vendeu 1.720 unidades, ante 1.023 em 2009.


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