Medidas de restrição de crédito afetam produção de automóveis

A queda de 3,2% na produção industrial de veículos automotores em janeiro ante dezembro já reflete as medidas de restrição de oferta de crédito de longo prazo anunciadas pelo governo em dezembro do ano passado, segundo o economista da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.

Ele lembrou que este setor engloba autopeças, caminhões e automóveis. "Mas esta queda tem mais a ver com recuo na produção de automóveis", disse, comentando que as medidas do governo de menor disponibilidade de crédito afetam mais diretamente a produção de automóveis, visto que influenciam na venda deste produto, de maior valor agregado, e cuja compra é efetuada por meio de crédito de longo prazo.

No entanto, Macedo destacou que a expansão na produção de veículos automotores foi de 8,2% em janeiro deste ano ante janeiro de 2010. Esta taxa, segundo o economista, foi a maior contribuição para a alta de 2,5% em janeiro deste ano na atividade industrial como um todo, ante janeiro de 2010. "O que podemos dizer é que, apesar do recuo na margem, a produção de veículos automotores continua operando em patamar elevado", disse o especialista, lembrando que o ano passado foi excelente para o setor, beneficiado por medidas de isenção fiscal e maior disponibilidade de oferta de crédito.

Sem efetuar previsões específicas sobre o tema, o especialista admitiu que é possível dizer que as atuais medidas de restrição de crédito no longo prazo no mercado brasileiro devem continuar a impactar negativamente a produção nacional de veículos automotores.


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