Indústria critica alta de juros

Representantes da indústria afirmaram nesta quarta-feira que repudiam a decisão do Banco Central de subir a taxa Selic e dizem que a manutenção da elevação dos juros se mostra desnecessária. O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) aumentou  os juros de 10,25% para 10,75% ao ano.

"Vamos seguir defendendo o setor produtivo brasileiro. O Brasil não pode continuar entre os campeões mundiais de maiores taxas de juros. Esse título é péssimo não somente para a nossa atividade econômica, mas para toda a população brasileira", afirma João Guilherme Sabino Ometto, presidente em exercício da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Segundo a entidade, a pressão de preços, registrada no início de 2010, era fundamentada em causas muito bem definidas: sazonalidade e reajustes esporádicos. Citando dados de índices de inflação, a Fiesp destacou que as perspectivas de inflação estão em queda, embora o barulho do mercado continue insistindo em uma suposta pressão de demanda.

"Quando a insistência da política de juros altos, na contramão da realidade econômica do país, prejudica o crescimento e tira da sociedade emprego e renda, quem trabalha e produz fica desmotivado. Isso não é bom para o Brasil", afirma Rafael Cervone, presidente em exercício do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Já o presidente em exercício da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, disse ver "com algum alento" a decisão do Comitê.

Segundo ele, a manutenção do processo de elevação dos juros se mostra desnecessária, pelo cenário de arrefecimento da atividade econômica. Ele também destaca que tal cenário já resulta em desaceleração da inflação.

"Diversos indicadores antecedentes, como a produção e venda de veículos, produção de papel ondulado e consumo de energia elétrica confirmam o quadro de clara redução no ritmo de crescimento já no segundo trimestre deste ano", acrescentou o presidente em exercício da CNI.

Já a Firjan (Federação das Indústria do Rio de Janeiro) declarou em nota que considera que o aumento da taxa Selic é "incompatível com a atual conjuntura, em um momento em que a atividade econômica já aponta para um ritmo de crescimento mais moderado".

A entidade acrescentou ainda que a medida soma-se à excessiva carga tributária, desestimulando o investimento privado.


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