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Faltava algo em minha vida, que descobri depois de me olhar no espelho com olhar critico. Faltava algo em minha face que eu via nos meus filhos todos os dias quando eles me viam: um sorriso! Ora, se meus filhos sorriam ao me ver, por que eu não poderia sorrir de mim mesmo?
Ouvi dizer que sorrisos movimentam muitos músculos da face, e, como aprecio exercícios, porque não exercitar sempre um sorriso? Sempre que posso me olho no espelho e treino um sorriso.
Descobri que a cada sorriso, fica mais fácil sorrir novamente. Decidi então colocar pequenos desafios e pequenos incrementos em minha vida de sorrisos. No primeiro dia eu fiz minha auto-avaliação inicial e descobri que não conseguia sorrir mais que alguns minutos consecutivamente. O desafio estava claro: aumentaria meus sorrisos todos os dias. Desejava chegar a ponto de sorrir, não importa o que ocorresse à minha volta. Eu desejava estar sorrindo, sempre.
Depois de começar a sorrir, descobri que existem sorrisos de todos os tipos, há sorrisos calorosos, amistosos, amigos, confidentes, e até sorrisos sérios e reservados. Aprender a sorrir foi uma das tarefas mais agradáveis que assumi até hoje.
Isso ainda é pouco para me entusiasmar, afinal não vivo sozinho, eu estou cercado de pessoas o tempo todo. Então decidi que deveria oferecer às pessoas um pouco mais que apenas um sorriso. Ofereceria um elogio sempre que as surpreendesse fazendo algo merecedor.
Comecei a testar esse método fora de casa primeiro. Todas as manhãs eu saía de casa em uma viagem a pé para o escritório, quase sempre no mesmo horário. No caminho eu passava pela banca de jornais, pela padaria onde parava para tomar um café, pelo guichê do trem metropolitano e muitos outros lugares, onde sempre as mesmas pessoas estavam já bem cedo.
Então comecei a cumprimentá-las e desejar um bom dia com um sorriso. O primeiro dia foi estranho, as pessoas me olhavam desconfiadas. Mas como passava ali com freqüência, sempre no mesmo horário, meu cumprimento passou a ser retribuído no início com um grunhido, depois com um aceno de mão, e por fim com um sorriso e com o passar das semanas com um cumprimento também, e ao cabo de alguns meses, já havia conhecido todas as pessoas que estavam sempre em meu caminho.
Essas pessoas me surpreenderam, sem que eu soubesse, começaram a dar por minha falta nos dias em que eu não passava no horário de sempre ou quando viajava a negócios, ausentando-me por vários dias. Ao voltar, elas se mostravam preocupadas e sempre tinham uma palavra de carinho e incentivo para mim. E eu para elas.
Na medida em que o tempo foi passando, decidi melhorar isso, e sair mais cedo de casa uns minutos. Assim podia parar na banca de jornal e elogiar a disposição das revistas, no guichê do metrô podia trocar rapidamente umas palavras extras com o atendente, enquanto ele preparava o troco, e na padaria conversar animadamente com os atendentes e o caixa.
Fiquei sabendo de pequenos dramas pessoais dessas pessoas e partilhava com elas minhas pequenas vitórias e elas retribuíam com as suas, e mais de uma vez pude oferecer o apoio de uma indicação para um emprego ao filho do padeiro, ou uma sugestão de compra de automóvel ao jornaleiro e muitas outras pequenas trocas de favores que no fim de um ano, podem representar para todos muito em ganhos espirituais e mesmo materiais. E eles sempre me retribuíam com gentilezas semelhantes.
Nasceu assim uma camaradagem que já tem alguns anos e isso deixa minha vida mais segura e o meu caminho o escritório mais feliz. Faço o mesmo, sempre que possível, com as pessoas que cruzam meu caminho e o resultado tem sido muito positivo para todos.
Ao adotar essas atitudes menores, notei que passei a enfrentar os desafios que a vida me coloca com mais segurança e com a certeza de que sempre os vencerei.
Essas pequenas atitudes acabam por dar origem a outras mais complexas e mais interessantes, que, no fim das contas, tornaram minha vida na minha comunidade de amigos conquistados, mais leve, mais tranquila e mais amparada.
Com o passar dos anos, e com as diversas pequenas vitórias, desafios, resultados e sorrisos, comecei a perceber que eu parecia fazer alguma diferença na vida das pessoas. Sentia que de alguma maneira recebia de volta o que oferecia de mim mesmo aos outros, e com o tempo acabei por fixar esse estilo de vida e o transformei em hábito. Sentia-me feliz, mais motivado e com vontade de fazer mais coisas e viver mais, até que um dia me dei conta de que eu estava entusiasmado com a minha vida e com as pessoas que dela participam.
Creio que com essas pequenas atitudes, fáceis e constantes, descobri minha missão e hoje a vivo e atendo aos desígnios do meu coração, com a maior intensidade que posso, apaixonado pela vida.
Desejo intensamente que a prosperidade, abundância, longevidade e experiência que recebo em minha existência todos os dias, possam ser também partilhadas por todos vocês.
*Carlos E. Paladino Alvino é proprietário da Comércio das Indias Ocidentais Imp e Exp ltda e ex-proprietário da Fornecedora Paulista de Aços ltda, que incorporava a empresa Adley Indústria e Comércio e produzia aços longos e laminados. Também é autor de 3 livros.
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