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O bom desempenho da indústria automobilística, que espera produzir este ano 3,24 milhões de veículos – um aumento de 14% em relação a 2007 – abre novas perspectivas para o setor de moldes e ferramentas. Além de significar a necessidade dos mais variados componentes para 240 mil novos veículos, as grandes montadoras que possuem ferramentarias próprias, como a General Motors do Brasil, deverão transferir para parceiros a fabricação das peças de menor porte.
“A tendência é nos concentrarmos na fabricação das ferramentas mais complexas e de grande porte”, disse o diretor de Ferramentaria da GMB, José Antônio Zara, na manhã de quarta-feira (20), abertura do Moldes 2008 - 6º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes.
O objetivo é tentar reduzir custos internos de produção. Segundo o executivo, a elevação do preço das matérias-primas, principalmente o ferro fundido, e a valorização do real estão afetando a competitividade das ferramentas que o grupo exporta para suas unidades na Argentina, México, Estados Unidos e Alemanha. “Estamos sofrendo com a concorrência asiática, principalmente da Coréia, que tem preço, qualidade e prazo”, afirmou.
Apesar de outros problemas levantados por Zara, como a sazonalidade (“volume de carga de trabalho interna e do fornecedor desregular durante o ano”), ele reafirmou que o momento é muito favorável para as ferramentarias, em função do aumento da produção e dos novos projetos previstos pela indústria automobilística.
“Haverá um volume de trabalho muito grande e acredito que os nossos concorrentes estão no mesmo caminho”, observou ele. Para exemplificar, contou que a GMB produz uma média de quatro modelos de pára-choques no ano e que a previsão é dobrar esse número.
Outro exemplo é que a empresa contratou recentemente 500 engenheiros e que continua o processo para contratação de profissionais em todos os níveis, inclusive novos engenheiros e ferramenteiros. “Temos um plano agressivo de contratação de pessoal, mas há escassez no mercado de mão-de-obra especializada”, afirmou.
Para o futuro do setor de ferramentaria, ele considera a inovação tecnológica uma prioridade. “Quem não tiver uma engenharia avançada pode ter dificuldade para competir no mercado, pois se a primeira mostra não tiver qualidade, ficará difícil e caro tentar recuperar lá na frente”. Conforme complementou, há necessidade de diminuir o prazo de execução para antecipar a validação do processo de montagem.